Projeto Libras em Cena integra pessoas surdas e ouvintes no palco
Serão ministradas oficinas em diferentes regiões do DF, além de uma residência artística com bolsa…
Serão ministradas oficinas em diferentes regiões do DF, além de uma residência artística com bolsa de R$ 300 para os participantes
Em setembro, mês em que se celebra o Dia Nacional do Surdo, o projeto Libras em Cena oferece uma série de atividades que incentivam a integração entre surdos e ouvintes, além de promover a inclusão e capacitação artística, por meio de oficinas ministradas entre os dias 1º de outubro e 26 de novembro. O projeto também vai ofertar oficina de Libras para produtores culturais do DF, entre os dias 5 e 26 de novembro.
O principal objetivo da iniciativa é promover a Língua Brasileira de Sinais (Libras) utilizando corpo, expressão corporal e incorporando elementos de teatro, dança e performance.
As oficinas de Intercâmbio Cênico gratuitas ocorrerão em Samambaia, Asa Sul, Guará e Ceilândia e as inscrições podem ser feitas pelo formulário eletrônico, por meio do qual é possível saber mais detalhes das oficinas, como datas, horários e locais. Cada oficina terá 20 vagas, com quatro encontros em cada RA.
Também haverá a residência artística com 15 vagas, que será no Guará, com bolsa artística no valor de R$ 300, pagos após a finalização. Para concorrer a bolsa será necessário o candidato realizar emissão de nota fiscal sendo MEI ou tendo cadastro em empresas emitentes como AGIRR ou Working. A emissão da NF será feita antes do início da residência com pagamento previsto após a conclusão. A inscrição deve ser feita por meio deste formulário.
Conduzida por Amarildo João Espindola e Renata Rezende, doutoranda da Universidade de Brasília (UnB), com pesquisas na área de dança e teatro, a residência artística tem certificação. A direção artística fica por conta de Tatiana Elizabeth.
Após o fim das atividades da residência, ela é encerrada com uma culminância, que será uma apresentação final, em 9 de novembro, das 17h às 22h, no Teatro dos Ventos, em Águas Claras. Para receber a bolsa, o candidato precisa comparecer a, no mínimo, 86% das atividades, e não faltar à montagem final.
Mayara Paiva, diretora de produção do projeto, destaca a importância de integrar artistas ouvintes e surdos em cena, valorizando a diversidade cultural e linguística que cada um traz consigo. “Integrar Libras nas produções artísticas, não só amplia o acesso à arte, mas também promove inclusão e reconhecimento das pessoas surdas como parte essencial da sociedade”, assinala.
Mayara também reforça a importância da Oficina de Libras para Produtores Culturais, que será ministrada para artistas e produtores culturais do DF, nos dias 5, 7, 12, 14, 19, 21 e 26 de novembro, no Backstage Dance Center, na 506 Sul, um investimento importante na formação contínua desses agentes. As inscrições começam em 7 de outubro.
O coordenador de acessibilidade, Igor Ceolin, aponta que a comunidade surda ainda não é devidamente incluída, sentindo-se estrangeira em seu próprio país. “Não temos ainda Língua de sinais obrigatória nas escolas e instituições públicas. O reconhecimento de ser uma língua não fez com que viesse ser oficial e precisamos ter atenção aos fatos”, sublinha.
“Com o Libras em Cena, essa integração é feita através do respeito à Comunidade Surda, usando como protagonista o indivíduo surdo e a língua materna, Libras. Profissionais surdos e ouvintes interagem na pré produção, em vídeos de divulgação e no envolvimento do projeto”, detalha.
O Libras em Cena é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC/DF).