O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão, divulgada nesta segunda-feira (4), é um desdobramento das investigações da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo o ministro, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas há 10 dias, que o impediam de fazer postagens em redes sociais. Moraes entendeu que o ex-presidente utilizou contas de aliados, incluindo as de seus três filhos parlamentares, para divulgar mensagens que, na avaliação do ministro, tinham “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Além da prisão em casa, Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com outros investigados no inquérito. A Polícia Federal (PF) fez buscas na residência do ex-presidente e apreendeu um celular.

A operação também tem como alvo aliados próximos de Bolsonaro, como ex-ministros e militares. Ao todo, a PF cumpriu 4 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. A defesa do ex-presidente informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas que irá recorrer.

A medida representa um novo capítulo no inquérito que investiga as ações para invalidar o resultado das eleições de 2022 e tentar manter Bolsonaro no poder.