Fábrica de Graffiti promove saúde mental por meio da arte urbana e ajuda empresas a cumprirem metas de ESG

Fábrica de Graffiti promove saúde mental por meio da arte urbana

Com o objetivo de humanizar espaços marcados pelo “cinza” da indústria, a Fábrica de Graffiti…

Com o objetivo de humanizar espaços marcados pelo “cinza” da indústria, a Fábrica de Graffiti democratiza a arte através dos maiores murais de grafite do Brasil. Iniciativa chama a atenção das empresas em busca de projetos alinhados com as práticas de ESG

Em meio a tantas crises socioambientais, as práticas ESG (do inglês “Environmental, Social and Governance”) – Ambiental, Social e Governança – se fazem cada vez mais necessárias para a sustentabilidade dos negócios, impulsionadas pela cobrança do público e dos investidores. A sociedade está cultivando uma nova mentalidade, na qual lucro e propósito caminham juntos, e projetos como o Fábrica de Graffiti (www.fabricadegraffiti.com.br) são exemplo disso. Criado em 2018 por Paula Mesquita Lage, o projeto tem o propósito de humanizar distritos industriais por meio da arte urbana. A iniciativa promove o desenvolvimento social e realiza projetos robustos sem impactar o meio ambiente.

Desde a sua fundação, a Fábrica de Graffiti já captou R$ 3,5 milhões em rodadas de investimento e realizou sete edições, entre elas o maior mural de graffiti da América Latina, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, e os maiores murais de Minas Gerais, em Contagem, e da Bahia, em Feira de Santana, tendo passado também por Joaquim Murtinho (MG), onde transformou um vagão estacionado em obra de arte, Sabará (MG), João Monlevade (MG) e Rio Claro (SP), dando mais cor e vida às cidades antes acinzentadas. Ao todo, o projeto já pintou aproximadamente 23 mil m², em parceria com Fundação ArcelorMittal, Belgo Bekaert Arames, Tigre e MRS Logística.

O relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, Quais são as evidências sobre o papel das artes na melhoria da saúde e bem-estar?, que reúne mais de 900 estudos, conclui que o contato com a arte fortalece os vínculos sociais, especialmente entre pessoas que vivem em regiões desfavorecidas; desenvolve habilidades cognitivas e emocionais, auxiliando na resolução de conflitos; reduz o preconceito e a discriminação ao promover compreensão cultural; e entre crianças em vulnerabilidade social, pode reduzir a ansiedade, a depressão, a evasão escolar e a agressividade; entre tantos outros benefícios.

Não por acaso o foco da Fábrica de Graffiti está nas cidades industriais, como aponta Paula, fundadora e produtora executiva do projeto: “A maioria dos projetos culturais do Brasil é centralizada nas grandes cidades e deixa de fora justamente as áreas mais carentes de intervenções artísticas. Os distritos industriais são vistos como lugares de passagem, como se não existissem moradores na região. Por isso a experiência da Fábrica de Graffiti é sempre avassaladora para a comunidade e para nós, que sentimos o impacto social do nosso trabalho.” 

As indústrias são as patrocinadoras da iniciativa, via Leis de Incentivo à Cultura, e vêem na Fábrica de Graffiti uma forma de valorizar e contribuir com o bem-estar dos seus colaboradores. “Cidades industriais são carregadas pela tonalidade cinza e pelo isolamento. Quando realizamos um projeto nelas, o ganho estético e artístico é o mais visível, mas os colaboradores das indústrias também falam do sentimento de pertencimento ao local e de como estamos contribuindo para sua saúde mental, diz Paula.

A Fábrica de Graffiti cumpre com cinco Objetivos para o Desenvolvimento Sustável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): 4- Educação de qualidade, 5- Igualdade de gênero, 8- Trabalho digno e crescimento econômico, 10- Redução das desigualdades e 13- Ação contra a mudança global do clima.

O projeto oferece um curso profissionalizante de graffiti pelas cidades onde passa, tendo como principal público crianças e jovens de escolas públicas, além de uma programação cultural que envolve palestras e apresentações relacionadas à cultura Hip Hop. O programa educativo da Fábrica de Graffiti já formou aproximadamente 700 alunos“Nosso curso de graffiti costuma significar a primeira conexão de um adolescente com a arte, a primeira oportunidade de ter uma profissão voltada para o segmento artístico, e encontra o desejo por aprendizado desses jovens“, comenta Paula.