Indaíz - Rap Indígena

Indaíz homenageia a causa indígena em seu segundo disco: Jaraguá É Guarani

Indaíz é uma banda de periferia, para a periferia. É uma banda que usa o…

Indaíz é uma banda de periferia, para a periferia. É uma banda que usa o delicioso balanço do reggae como pano de fundo para fazer política social. Afinal, de que adianta ser artista e não se posicionar?

Seu segundo disco – “Jaraguá É Guarani” – fala sobre a luta pela demarcação das terras indígenas do bairro paulistano do Jaraguá. Sobre a luta social cultural da região noroeste da capital paulista. O disco cria vínculo entre as favelas e as aldeias que vivem em contextos parecidos, cada um com suas particularidades, mas com uma mesma luta.

Neste sábado, a banda faz show de lançamento do disco em live no YouTube, às 20h.

São oito faixas com letras que todo mundo deveria ouvir com os ouvindo bem atentos. Pois mais do que nunca, “é preciso estar atento e forte”, cantou Caetano em “Divino Maravilhoso”.

A faixa título, “Jaraguá é Guarani”, abraça a causa dos indígenas da região noroeste de São Paulo. Ela foi lançada como single em maio, durante episódios de resistência indígena por conta de tentativas de reintegração de posse do terreno Aldeia Tekoá Pyau, no Jaraguá.

Para quem não sabe, na região noroeste da cidade de São Paulo, no bairro do Jaraguá, encontram-se seis aldeias da etnia Guarani Mbya. Ali também mora outra população. De um lado os moradores da comunidade e do outro os povos indígenas, separados por uma linha de preconceito e falta de informação. Essa música funkeada surgiu para fortalecer o vínculo entre a favela e a aldeia e conta com as participações de Elaine Alves, da Banda Ambulantes, e do grupo de rap indígena Oz Guarani.

Ouça “Jaraguá é Guarani”:

“Cinza e Marrom” é um chamado para observar as pessoas jogadas nas calçadas. O ser humano está fazendo parte do asfalto e a banda indaga se é opção viver nessa situação. “Longe” é pelo empoderamento, pela busca da realização dos sonhos e pela luta para atingir objetivos.

“Busque”, aquela que começa com uma guitarra inspirada na Nação Zumbi de Lucio Maia, é um som cadenciado que incentiva a busca pelo conhecimento. “Lona Terra Madeira” é uma ode à luta por moradia, com belos solos de guitarra.

“Outro Mundo” conta com a participação especial da rapper e ativista ameríndia Brisa Flow, que recebeu duas vezes o Prêmio Olga Mulheres Inspiradoras. Seus versos em espanhol incentivam a descolonização de corpos e dicionários.

“Indomável Raiz”, expressão que originou o nome da banda – Indaíz – versa sobre as imposições do sistema político branco, hétero e masculino, de uma estirpe fissurada em cifrões, que sufoca vozes. “Dandara eu sou”, canta Sandro Indaíz, enaltecendo a mulher.

“Favela e Aldeias”, termo onipresente na realidade da Indaíz, é um rap sobre racismo, morte nas quebradas, genocídio do povo preto e LGBTQIA+. Trata-se de uma passagem rápida e chocante de Vagner Souza, do Sarau da Brasa.

“Este disco representa nossa resistência, pois o trabalho da Indaíz nos faz sair da sobrevivência para existir dentro desse contexto atual, como artistas e moradores da Periferia de São Paulo. Esse segundo disco está nos mostrando, na prática, que podemos dar continuidade à todas as lutas travadas em nosso território. Nossa música e nossa verdade são nossas armas de luta pela causa ‘Jaraguá é Guarani’ e contra esse governo fascista. Sem violência, com inteligência e ciência periférica mostramos para o mundo que os povos das florestas e os povos das favelas podem construir juntos um Brasil mais justo e Livre”, afirma Sandro Indaíz, vocalista e compositor.

Sônia Barbosa (Ara Mirim), liderança Guarani, estampa a capa do disco. A produção vem pelas mãos de Guto Gonzales, do Estúdio Lamparina.

Serviço live de lançamento do disco “Jaraguá é Guarani”:

Dia 24/10 (sábado)
20h
No YouTube da banda: https://www.youtube.com/indaiz