Saiba quem é Thiago Jamelão, cantor que fez live com Emicida

Thiago Jamelão fez back vocal na live LIVE #EmicidaLiveEmCasa Autodidata, guitarrista, cantor, compositor e também…

Thiago Jamelão fez back vocal na live LIVE #EmicidaLiveEmCasa

Autodidata, guitarrista, cantor, compositor e também professor de música, Thiago Jamelão iniciou sua trajetória musical aos 14 anos de idade em sua cidade natal, Goiânia-GO. Mudou-se para Brasília em 2008 e desde então tocou com grupos como Gog, Viela 17, X cambio negro, Ataque Beliz banda em que fez turnê pelo Brasil dentre outros artistas.

Compositor desde a infância, o artista sempre encontrou na música o seu combustível para sobreviver aos momentos de dificuldade.

“Eu não tinha nada, mas queria salvar o mundo. A vida era difícil e fazer música era o momento de alegria que me transformava”, conta Jamelão.

Até nos momentos em que o artista não via mais sentido na carreira, foi a música que também deu a força e injeção de ânimo para seguir em frente.

“Foi isso que me ajudou a não desistir daquilo que sempre fiz e sempre amei. Vivenciar, respirar música fez com que eu não desistisse”, conta.

Além disso, Thiago Jamelão também trabalhou na produção vocal de trabalhos como o álbum AmarElo, do Emicida, e no primeiro álbum da Drik Barbosa, nomeado com o nome da artista.

[release por: Bruna Alves]

Confira a entrevista que o Jornal do Rap fez com Thiago Jamelão:

JDR: Fale um pouco sobre o seu trabalho realizado em Brasília.

Thiago Jamelão: Antes de falar dos trabalhos eu não posso deixar de contar como foi minha chegada ao DF. Quando cheguei em Brasília, não tinha planos em fazer música e nem sequer passava pela minha cabeça trabalhar com ela. Sempre estive envolvido com música, tive as minhas bandas, mas eram meus escapes, os meus momentos de descarrego e mesmo circulando por alguns lugares no Brasil nunca chegamos a ganhar dinheiro e juro que na minha cabeça nem se passava que era possível viver dela. Em Brasília foi onde tudo mudou, comecei a trabalhar numa loja de camisetas chamada “Negro Blue”, onde o mano que era dono na época era e é um cara amado por todos da cena da música, aliás (Salve Nonato Natinho, você é foda e muito importante) a loja era meio que um ponto de encontro de várias (os) artistas diferentes, eles sempre colavam pra comprar uma camiseta ou simplesmente paravam pra ouvir música e trocar ideias.

A temática da loja era sobre “Pessoas Negras” , ali foi o meu primeiro contato real com a minha história/antepassados, fiquei surpreso como eu não conhecia nem 5% da nossa história, não sabia quem era Luiz Gama, João cândido, ouvia o nome de Zumbi, mas sequer sabia mesmo quem era e a importância, dentre outras figuras. Naquele ponto de encontro foi onde comecei a conhecer muita gente foda, o meu primeiro mês ali eu conheci a Ellen Oléria (Não sei se ela vai lembrar desse encontro), não sabia o que ela cantava, tocava, mas na nossa conversa ali ela disse que já tinha ouvido o som da minha banda, uma banda de new metal que eu tinha na época, não tocávamos mais há algum tempo, mas Brasília foi uma das cidades que nos apresentávamos sempre. Foi bem legal, ficamos falando de música e mesmo sem nos conhecermos, sem saber se ambos tocavam a vera ou cantava, sei lá, surgiu até uma ideia de montarmos um projeto, juntos. Lógico que isso foi a emoção de uma conexão, se tivesse acontecido teria sido foda, até porque além de eu ser um grande fã da nega, envolvia o irmão dela que canta muito. E hoje parando pra observar que isso seria possível, meu Deus teria sido um belo de um acontecimento, mas infelizmente isso nunca aconteceu. Parafraseando o meu amigo Amaro Vaz “Deus não dorme”, chegamos a dividir uma canção no disco da minha antiga banda Ataque Beliz, foi um grande presente pra mim, amo a voz da nega e pra mim, é uma das maiores vozes que já pude ver e ouvir.

Logo em seguida comecei a trombar muita gente relevante de uma cena da cidade e foi ali que conheci meus irmãos do Ataque Beliz. Um dia de conversa, falando sobre música eu disse que tocava guitarra e me chamaram pra um teste. Mano, eu nem tocava mais, se não me engano eu estava há quase um ano sem tocar. Mas fui, não conhecia muita gente de outro universo musical a não ser o ‘rock’. Quando vi estava recebendo um convite pra fazer parte do AZ, sendo apresentado ao universo do Hip Hop, ouvindo vários discos de ‘jazz’, ‘soul’, R&B, Rap, consequentemente veio convite de outros artistas pra irem colaborando. E chegou um momento que eu decidi sair da loja, mas não queria trabalhar pra mais ninguém, foi quando eu pensei, vou investir no pouco que sei que é a música e dar o meu melhor. Comecei a estudar e além da banda comecei a tocar com outros artistas da cidade pra absorver linguagem, vivência, toquei na noite com banda de pagode, axé, sertanejo, jazz, passeei por muito estilo em forma de estudo e ganhar um dinheiro. E nisso trabalhei com muito artista bacana da cidade que me levou a outros lugares.

JDR: Você fez parte de algum grupo ou projeto no Distrito Federal?

Thiago Jamelão: Sim, vários projetos. Ataque Beliz era a minha banda, projeto principal em meio a tudo que abracei como “meu” e fomos juntos. Mas toquei com GOG, Viela 17, Pegada black que é um projeto com amigos que ainda se mantém vivo e fazemos vários cover de música preta que espero depois desse momento que vivemos poder fazer um baile com eles, saudades. Dentre outros que sempre estive envolvido, são muitos nomes. Sou muito grato a cada um deles!

JDR:  Como conheceu o rapper Emicida e o Lab fantasma?

Thiago Jamelão: O meu primeiro contato com o Emicida, foi no Conic através do fone de ouvido de um amigo, meu mano Fabim, chegou e disse: Mano, ouve esse som, se liga: Quando começou a tocar “Só isso”, fiquei tipo “Pô, que daora” e a cada conexão pensava, como pode esse mano cantar coisas que eu vivi, vivo, tô vivendo e escrevo sobre sempre. Mas em 2011 se não me engano o Ataque Beliz recebeu um convite pra participar de um programa chamado Som Brasil, um programa de música que rolava na madrugada e que homenageava um artista importante da nossa música Brasileira. E mano, lembro que depois desse programa usando o twitter eu me conectei com vários artistas e Emicida foi um deles, trocávamos ideias, logo menos fizemos um show em Brasília onde o Ataque Beliz participou do show e isso foi o início da conexão que se mantém. Ou seja, a música nos apresentou!

JDR:  Como tá sendo a experiência de cantar ao lado de Emicida?

Thiago Jamelão: Li uma frase dia desses que não lembro exatamente a construção dela, mas dizia que ‘Ser luz é sobre iluminar caminhos’. Não é só sobre dividir um mic ou uma composição ou qualquer coisa do tipo é algo maior. Temos a mesma idade, dividimos histórias de vida semelhantes, mas ele traz algo bem maior e que tem sido de muito, mas de muito aprendizado. Desde fazer música como olhar tudo a minha volta.

JDR: Você está morando em São Paulo, devido a esses novos trabalhos?

Thiago Jamelão: Sim, vim para ficar um mês e desde então to ficando (Risos), Demos início ao meu primeiro trabalho solo, além do AZ e os projetos que eu era envolvido eu sempre tive um caminhar solo, paralelamente sempre toquei na noite de Brasília e até outros lugares do Brasil. DJ DUH é o cara responsável por me guiar ao que estamos construindo.

JDR: No momento está preparando algum ‘single’ ou outro projeto solo?

Thiago Jamelão: Estamos fazendo um disco, com a produção do monstrão Dj Duh, tínhamos planos de soltar no início do ano, mas com a pandemia tudo mudou. Estamos organizando pra soltar da melhor forma, mas posso adiantar que estamos preparando mais um single. Soltamos a “Sempre Quis” (Ouça Aqui!) no final do ano passado e agora pretendemos soltar mais um single e logo na sequência o disco.

JDR: O que você acha do cenário do hip hop em Brasília?

Thiago Jamelão: Um cenário que vem resistindo se fortalecendo e sendo referência desde sempre. Um cenário de muitos talentos, Inclusive recentemente o meu amigo Thiago Flores, eu e outros amigos colaborando, começamos a construir um “Doc.” contando a história sobre essa cena, desde os antigos até os mais novos.

JDR: Qual a diferença que você vê o hip-hop do DF e o de SP?

Thiago Jamelão: Cada lugar enfrenta uma realidade, em vez de falar sobre diferença eu prefiro concentrar a minha resposta não só a 2 lugares, mas a todos os cenários hip hop do Brasil. Continuem resistindo e existindo. Paz!

JDR: Obrigado, Jamelão sucesso.

Confira o videoclipe de “Sempre Quis”:

Confira o videoclipe de “Quem me viu”: