
Rappers de Rondônia lançam produções em parcerias com artistas africanos
Sandra Braids lançou “Da rua de lá” com o angolano Clever Mengui, enquanto seis rappers…
Sandra Braids lançou “Da rua de lá” com o angolano Clever Mengui, enquanto seis rappers e uma poetisa fizeram a cypher Crítica Social em produção de Moçambique
Esta sexta-feira (20) foi marcada por dois lançamentos na cena do hip-hop em Rondônia, em parceria com artistas africanos. A rapper Sandra Braids lançou a música “Da rua de lá” em conexão com o artista Clever Mengui, residente na cidade de Lubango, em Angola.
O projeto Barras Maning Arretadas lançou o clipe com os rappers Carlos Mossoró, Nego Drama, Nycx, Lavida, Mano André e Jovem Apolo, além da poetisa Ana Laura. Todos esses artistas residem em Rondônia, mas a produção musical também foi feita no continente africano, especificamente em Moçambique. O instrumental foi produzido por Tchaka MC, da cidade de Quelimane e o processo de masterização foi realizado por Tio Manias, residente em Chimoio, um município também localizado em Moçambique.
O rapper Carlos Mossoró lidera o projeto Barras Maning Arretadas, que foca nas conexões com países africanos. Mossoró é professor de jornalismo na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e o projeto é institucionalizado como plataforma de inovação tecnológica na instituição.
“As raízes da música negra estão no continente africano. Então, quando o rap é feito por africanos ou em conexão com africanos existe um resgate e valorização dessas origens. Para cada artista de Rondônia que faz parte dessas conexões é uma oportunidade de entender um pouco mais sobre suas próprias histórias”, declarou Mossoró.
A música “Da rua de lá” mostra justamente como as histórias se assemelham em Rondônia e Huíla, província onde fica a cidade de Lubango, onde vive Clever Mengui. Na letra, ambos relatam que as lutas sociais contra as injustiças são as mesmas sobretudo nas periferias, onde o rap mais se propaga. Escuta “Da Rua de Lá”:
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O projeto Barras Maning Arretadas, que lançou “Crítica Social”, aposta na produção de cyphers, em que os artistas têm o tempo similar em um mesmo instrumental para mostrar as suas líricas. Geralmente, rappers de diferentes países rimam nos clipes do Barras Maning Arretadas. Dessa vez, a aposta foi apenas em artistas de Rondônia rimando, pois o intuito foi criar mais conexões intergeracionais em Porto Velho.
“Moro em Rondônia há três anos e percebi que existe um certo distanciamento geracional. Os artistas que estão desde a década de 1990 e início dos anos 2000 acabam criando muitas parcerias entre eles. Já a galera que começou a rimar na última década participa de outras atividades, sobretudo as batalhas de rima. A cypher Crítica Social foi uma oportunidade para as gerações dialogarem, produzirem juntas e perceberem que através da africanidade do instrumental a luta é uma só”, ressaltou Carlos Mossoró.
Crítica Social traz Nego Drama e Mano André, membros históricos do Movimento Hip Hop da Floresta. Além disso, há artistas mais jovens como Jovem Apolo e Lavida, além de uma introdução de Velhote MC. A poetisa Ana Laura e a rapper Nycx evidenciam a importância da maior participação das mulheres no hip hop local. Confira o clipe: