
Rapper Joe Sujera e Thiago Ticana lançam “Geografia”
Pulsante, "Geografia" analisa o Brasil atual a partir de antigas chagas, como a colonização e o regime militar.
Joe Sujera e o guitarrista e produtor Thiago Ticana estreiam hoje o vídeo letra de “Geografia”.
A faixa, revelada na última sexta-feira (21) via as principais plataformas digitais, é também o primeiro single do disco de estreia deles, Órbita, que será lançado por completo em breve.
Nos meses passados, Sujera e Ticana lançaram “Pois É” e “Erros”, também com seus respectivos vídeos aqui e aqui, mas estas não integram o repertório do novo álbum.
Sobre “Geografia“, a ideia é refletir sobre o estudo do passado. “A gente quer reclamar dos dias de hoje, mas, para isso, precisamos visitar os problemas de antes”, discorre Sujera, compositor da canção. “Falo sobre o genocídio indígena, o furto das terras, o histórico cultural brasileiro… A letra avança até os dias de hoje, tento mostrar às pessoas que desde a época da monocultura da cana de açúcar e dos latifúndios, nada mudou por aqui”, completa.
Com uma letra contundente, o produtor Ticana entendeu que a melodia tinha que andar lado a lado ao conteúdo transmitido. E assim o fez, apostando num clima mais pesado e letárgico.
Ticana explica que “‘Geografia’ traz um beat tenso, totalmente compatível com o atual momento do Brasil. Babidi [beatmaker] chegou com essa atmosfera, eu adicionei as guitarras ressaltando essa tensão, com poucos detalhes marcantes em acordes dissonantes. Sinto que foi nosso melhor lançamento até agora”, comenta o músico, já favoritando a canção.
Para Sujera, um dos trunfos de “Geografia” é resgatar as origens do rap, utilizando o gênero como espaço de criação e protesto ao mesmo tempo.
“O rap de protesto, na minha opinião é um aceno às raízes do Rap. É um sinal de respeito para quem criou e lutou por essa cultura que tanto amamos. O Rap, por muito tempo, foi essa música: a música de quem não tinha voz, o estilo musical do protesto e da crítica. Essa é uma vertente que nunca abandonarei”, declara o compositor, renovando a importância do papel e da caneta como uma eficiente ferramenta de reflexão e mudança social.
Assista “Geografia”: