Kandu Puri usa o rap para mostrar indígenas em lugares não imaginados.

Rapper indígena Kandu Puri lança EP em live

com músicas no idioma puri e em português, pelo selo independente Azuruhu

Kandu Puri usa o rap para mostrar indígenas em lugares não imaginados. 

O novo trabalho do rapper indígena Kandu Puri, o EP Krim, chegou a todas plataformas de streaming na última semana. Com músicas em Kwaytikindo, idioma puri, e em português, as rimas de protesto relatam um presente de fúria e o passado de glória dos povos originários.Uma live, às 20h na sexta-feira, dia 7, no Instagram de Kandu, marca o lançamento que acontece pelo selo artístico independente Azuruhu. A apresentação conta com a participação da cantora Kaê Guajajara.

Kandu é um indígena do Rio de Janeiro vivendo em contexto urbano, assim como outros 40% de indígenas no Brasil. Aos 25 anos, ele já viveu em diferentes lugares da Zona Norte carioca, mas foi nas suas passagens pelo Morro da Providência e Complexo da Maré que ampliou seu contato com os movimentos de poesia marginal, poesia de rua, slam e rodas culturais.

“Escuto RAP e funk desde menor e isso foi marcante ao longo da vida. O RAP chega como informação, protesto, luta, influência poética e política. Isso fez com que me expressasse através do RAP, para mostrar a realidade de indígenas em contexto urbano, em favelas, nas periferias das cidades, invisibilizados e esquecidos em um apagamento histórico”, conta.

No idioma puri, Krim é sangue e nesse primeiro EP, Kandu fala das dores de seu povo e espera gerar conscientização nas pessoas que o escutam. Na faixa Indígena Originário RJ ele denuncia violências de hoje e ao longo da história. Em ML’ITON, o rapper canta pelos que foram proibidos e perseguidos. Já em KOYA procura uma resposta para a invasão que dizimou parte dos povos originários e que hoje os marginaliza e avisa “Os meus parente são brabos”. Suas letras denunciam o racismo estrutural e os males da colonização. Para Kandu, se lançar na música e como rapper é mostrar para todos que indígenas podem ocupar lugares não imaginados.

Live com participação de Kaê Guajajara marca lançamento do EP KRIM

Live com participação de Kaê Guajajara marca lançamento do EP KRIM

Durante o período da quarentena no ano passado, Kandu participou da faixa Pandemia do EP Wiramiri de Kaê Guajajara. Na letra, eles lembram que são parte do grupo de risco há mais de 500 anos. Na sexta, ela é sua convidada na live no seu Instagram.

É possível ouvir o trabalho de Kandu Puri nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, iTune. O EP também está no Youtube, mas por lá também haverá a versão em libras das faixas.

Serviço:

Live de lançamento do EP KRIM

Dia 7 de maio, às 20h

Exibição no Instagram. 

Saiba mais sobre o selo Azuruhu:

Azuruhu é um papagaio grande que canta alto e voa em bando. Por isso, dá nome ao primeiro selo artístico que reúne artistas indígenas da música, da literatura e do audiovisual. Encabeçada pela cantora Kaê Guajajara, a iniciativa valoriza a construção coletiva indígena. A ideia é criar autonomia para os artistas e fomentar a arte indígena contemporânea.

Além de Kaê e Kandu, o selo também conta com neo soul de Brisa Flow, a música indígena contemporânea de Ian Wapichana e o rap de Mirindju. Mais lançamentos estão previstos para os próximos meses. Acesse o link e conheça mais.