
O rapper Bruno Amaral lança música e clipe de “Menino Negro Morto”
Com produção 100% independente, a canção é um protesto e serve como alerta para a…
Com produção 100% independente, a canção é um protesto e serve como alerta para a história que se repete em cada periferia do Brasil há mais de 500 anos
O dia 20 de setembro não foi escolhido à toa: o novo lançamento musical do rapper gaúcho Bruno Amaral tem a intenção de ressignificar a data tradicionalista, assim como a história do povo negro do Rio Grande do Sul. Nascido e criado na Vila Bom Jesus, em Porto Alegre, o artista dá voz aos seus iguais e conta a história de dor, indignação e negligência do povo negro, que segue morrendo anônimo nas ruas da capital gaúcha e de todas as cidades do Brasil.
Com produção musical de Tiago Sansão (Motim/Sansounds Records), a composição foi escrita em 2016 quando rixas e guerras entre traficantes intensificaram a violência na região metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo tempo, escolas públicas que ofereciam Ensino Médio estavam sendo ocupadas em protesto às mudanças políticas na educação.
Captado no Estúdio POA, o clipe insere Bruno em um cenário fictício assistindo em uma televisão as realidades que ele mesmo denuncia. Histórias de meninos e homens pretos que poderiam ter sido a sua. Projeções de protestos, páginas tristes de jornal e o fantasma do preconceito e da omissão circundam a realidade e o inconsciente desse homem que tenta lutar todos os dias para mudar o seu futuro.
Com o apoio da Naymar Infraestrutura Audiovisual, o vídeo foi produzido pela Motim Produtora, com direção de Cristiano Oliveira e Samuel Gambohan, que também assina a direção de fotografia e conta com efeitos visuais e finalização de Tag Brum.
Assista “Menino Negro Morto”:
Saiba mais sobre o rapper Bruno Amaral
O “menino” – que agora já tem 24 anos – começou a sua vida musical aos seis anos de idade, quando ganhou seu primeiro violão. Desde então, Bruno Amaral já passeou pelo teclado, flauta doce, percussão de carnaval, samba, maracatu e axé e por fim o cavaquinho – sempre através de projetos sociais de ONGs. Aos 15 anos, para fazer aulas de canto, investiu parte do dinheiro do seu estágio no banco.
O artista já fez parte do grupo de rap Geração Griô, formado por Khalid, LP do Rap e Epil. Em 2018, criou a canção Manual de Sobrevivência, seu primeiro trabalho em carreira solo.
Além da música, Bruno trabalha em dois projetos sociais como educador, na Casa de Nazaré e no Ngoma da Afaso, ambos em Porto Alegre, e atua como professor de percussão voluntário na ONG Onedes da Silva, em Alvorada.