
Duma lança single entre o neo-soul e o boom bap que marca sua experimentação artística no EP Pérolas de Memórias Esquecidas
Nesse novo início, a artista transforma vivências em som e costura palavra, memória e ritmo…
Nesse novo início, a artista transforma vivências em som e costura palavra, memória e ritmo como gestos de cuidado e reconstrução.
Entre o neo-soul e o boom bap, Duma apresenta “Vivências”, single que inaugura uma fase de experimentação artística e abre o caminho para o seu novo EP, Pérolas de Memórias Esquecidas, previsto para primeira quinzena de dezembro. A artista cria um território onde o som e a criatividade são costurados como gestos de cuidado, reconstrução e liberdade.
Nascida em São Paulo e hoje parte da cena pelotense, Duma caminha na música guiada pelas histórias que atravessam seu corpo. Produzida por MAXIMONUBEAT, “Vivências (Transformei pra me fazer livre)”, que chega em 28 de novembro, marca um tempo de reencontro: o de cuidar da própria vida com o mesmo rigor e ternura com que se faz arte.
Essa investigação amadurece em Pérolas de Memórias Esquecidas, EP que chega na primeira quinzena de dezembro como uma colcha de retalhos afetiva. São cinco faixas, Estamos lokos Lukas? (Intro), Sonho, Quer Saber???, Vivências e Ruas, que se conectam como conversas internas que revelam a transformação da memória. O que antes escapava agora encontra forma, significado e firmeza.
A através da arte Duma foi nomeando silêncios, organizando intensidades e resgatando memórias que, por muito tempo, ficaram dissociadas.
“Escrever esse EP foi um mergulho nas minhas lembranças. Me levaram a me conectar com as intenções de eu ter iniciado a compor e a me perguntar, quem são as pessoas que têm direito à memória?”, questiona.
Essa pergunta encontra força na consciência racial que atravessa sua trajetória. Ao se aprofundar na história dos povos negros no Brasil, Duma reconheceu como o apagamento é estruturado, e como reconstruir narrativas também é um gesto político de existência. Esse movimento de resgate passa, também, pelas migrações que desenham sua família:
“A migração cruza minha história. Meus avós e meu pai são de Minas Gerais, e foram pra São Paulo quando ele era bem novo. Meus avós, que me criaram, são da Bahia. Essa questão da transformação cultural conversa muito com o que sempre ouvi em casa.”
“Vivências” traduz a sua própria travessia, um chamado para respirar com mais cuidado, enfrentar o cinismo e transformar impulsos em potência criadora. Na arte, Duma encontrou um espaço onde verdade e imaginação se encontram:
“Aprendi a me dar tempo e ser mais flexível, entendendo que paciência também é ritmo. A dificuldade de me manter presente no meu corpo me cobrava um preço muito alto. Tive que parar tudo e sentir com mais carinho minhas sensibilidades.”
Entre o neo-soul e o boombap, Duma alinhava sua própria história com fios que vêm de dentro, guiadas pela sensibilidade ao invisível em Pérolas de Memórias Esquecidas escutamos o que insiste em permanecer vivo em nós.