Don L faz show gratuito em São Paulo

Don L anuncia lançamento do remix “Favela Venceu” com participações de Djonga, Bakkari e Arte de Desali

A canção “favela venceu” do cearense Don L é a mais escutada de seu mais…

A canção “favela venceu” do cearense Don L é a mais escutada de seu mais recente lançamento, o disco “Roteiro Pra Aïnouz, Vol. 2”. A canção dá um novo sentido ao mote tornado famoso nos últimos anos com a ascensão financeira de seletos artistas periféricos brasileiros de funk e rap. A reapropriação da frase-título repetida no refrão ganha camadas em seus contrapontos: diferentemente do seu primeiro uso, aqui a vitória nunca é individual ou monetária – toda construção bem-sucedida é, afirma o rapper, coletiva.

Esta música agora aparece numa versão remix – se unem a Don L o novato de Fortaleza Bakkari e a unanimidade Djonga. Os MCs rimam suas versões da temática proposta em cima da mesma batida, nos moldes que os rappers norte-americanos faziam nos anos 2000. O pré-save já está disponível neste link https://links.altafonte.com/kpepvoo e a música sai em todas as plataformas no dia 10/08.

Nesta canção, ao mesmo tempo em que o bordão julgado neoliberal por muitos é ressignificado, lhe ampliando os sentidos e possibilidades, na batida o produtor Nave Beatz recorta e altera as cantorias da versão ao vivo de “Rap das Armas” dos funkeiros Cidinho e Doca pro sucesso dos MCs Junior e Leonardo, transmutando-as em novas melodias, e as harmonizando na rítmica da jovem vertente musical chamada drill – que influencia fortemente o funk brasileiro atual. É circular. Como se pode notar neste breve parágrafo, não só o tema da música é vencer pela organização em comunidade(s), mas a própria foi pensada e realizada assim. Nada mais natural que trazer outros representantes da cultura para darem as suas visões sobre o tema – um estabelecido e outro em ascensão.

A imagem que ilustra o lançamento é um caso à parte: uma pintura do artista plástico Desali, de Belo Horizonte (MG). “A pintura que fiz pro Don L é inspirada em uma foto do Carlos Lamarca ensinando mulheres a atirar , é uma releitura para os tempos atuais”, diz ele. A obra então foi exibida em Belo Horizonte “numa instalação chamada ‘Para os Guardados’. Lá fizemos uma rifa, e o dinheiro arrecadado foi destinado para a AMPARAR, que é uma ONG de apoio a pessoas em cárcere privado e seus familiares”, contou o artista.

Desali é formado e pós-graduado em Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG). Seu trabalho transita por múltiplas linguagens, como a fotografia, a ação performativa, o vídeo e a pintura, que tem sido sua principal expressão, na qual utiliza diversas técnicas, como pinturas em acrílica sobre madeira, aguadas sobre tela e a pintura em técnica mista onde a colagem de diversos materiais se mistura com a tinta acrílica em um suporte de tecido e madeira.

Abordando temas como o cotidiano na periferia e a realidade dos jovens negros no Brasil, Desali propõe uma narrativa sobre o presente, pautada pela exclusão social e a segregação dos espaços urbanos nas grandes cidades.

A arte para redes sociais é de Filipi Filippo, responsável pelas capas de Caro Vapor, RPAs 3 e 2, e a animação da pintura é de Felipe Macedo, que já trabalhou com Emicida e Russo Passapusso.

DON L — aka “o rapper favorito do seu rapper favorito” e “o último bom malandro” — é um dos nomes mais influentes do rap brasileiro. Criado em Fortaleza, sua obra é seguida por um público fiel e aclamada pela crítica como uma das mais autênticas e relevantes da música brasileira atual. O aguardado RPA2 – um álbum politicamente solar, praticamente mediterrâneo, que trata da chegada de Don à capital paulista, com batidas abertamente dançantes – ganhou premiações, entre elas a de Artista do Ano pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

DESALI — formado em Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG). Participou das exposições: “Historias Brasileiras” do MASP, “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, INHOTIM, “Brasil Futuro”, Museu Nacional da República em Brasília, “Enciclopédia Negra” na Pinacoteca de São Paulo; exposição “Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros”, no Instituto Moreira Salles; “Sertão”, Panorama 36 no MAM, Bolsa Pampulha no MAP e 32 edição do Salão Arte Pará e Salão Itajaí e o Salão de Goiás mais o ciclo de residência Pivô pesquisa. Possui obras adquiridas pelo Centro Cultural São Paulo (CCSP), no acervo “Arte da Cidade”, no acervo do Museu de Arte da Pampulha (MAP) e no acervo da Pinacoteca de São Paulo, Museu da Inconfidência em Ouro Preto, MG. Criador do Coletivo Piolho Nababo, há dez anos em Belo Horizonte, viaja por múltiplas linguagens, incluindo grafite, fotografia, vídeo e intervenção urbana, promovendo o contato entre a margem e o centro, questionando as instituições artísticas tradicionais e seu colonialismo, contaminando esses espaços com as ruas.

DJONGA — é o nome artístico de Gustavo Pereira Marques. O belo-horizontino tem 6 disco lançados, além de inúmeros singles, e é considerado um dos maiores e mais influentes rappers da atualidade.

BAKKARI — nascido e criado em Sapiranga, bairro de Fortaleza. Recentemente lançou “Imperador”, seu primeiro disco, no qual mistura drill e afrobeats.