Devilzinha é a campeã da Tradicional Batalha do Real 19 anos
Evento foi realizado com recursos do Edital de Fomento à Cultura Carioca (FOCA), e ainda…
Evento foi realizado com recursos do Edital de Fomento à Cultura Carioca (FOCA), e ainda terá mais duas batalhas
Devilzinha tem 20 anos, estuda Filosofia na Universidade Estadual Rio de Janeiro (Uerj), mora no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, se identifica como o N, não-binário, na sigla LGBTQIAPN+, e foi a grande campeã da edição da diversidade da Tradicional Batalha do Real 19 anos, realizada no último sábado, 2, na Lapa, pela Brutal Crew. A disputa ainda teve como destaques Camilla Red e Athena, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. A edição de 19 anos da Tradicional Batalha do Real ainda terá mais duas batalhas, com recursos do Edital de Fomento à Cultura Carioca (FOCA).
“A minha história com o rap começou no final de 2019, em setembro, quando participava de batalhas de rima on line. Comecei a frequentar batalhas de rua e, a partir daí, foi uma atrás da outra, tendo me destacado na Batalha do Coliseu, conhecida nacionalmente pelo alto nível”, conta a MC, que é fã da rapper trans Monna Brutal, sua grande motivação para seguir o caminho do rap. “Ela é muito bala, minha referência máxima. Até então, não me identificava como LGBTQIAPN+ publicamente, sempre soube, mas não era público, assinava como Devil”, desabafa a artista, que também trabalha como assistente administrativo. “Importante a Batalha do Real tomar partido. Realizei um sonho de muito tempo, bati na trave algumas vezes. Me senti representada e representando outras pessoas”, analisa.
Camilla Red, 24 anos, MC que ficou em segundo lugar, mora em Rio das Ostras e começou a rimar em 2016, na Roda Cultural da 4P, na Pavuna, e já tinha participado da Batalha do Real, em 2016, com o nome Ruiva. Como rappers que a inspiram, ela cita Dalsin, Froid e Filipe Ret.
A MC campeã recebeu prêmios em dinheiro, R$ 2.200, e ainda levou R$ 200 para a Batalha do Forte, que a classificou. A Batalha do Real envolveu 25 pessoas na produção e 25 artistas, gerando 50 pessoas empregos diretos. Os beats desta edição foram assinados por DJ Negralha, Mr Break, Og Mestra e Gabriel Marinho.
Essa edição da Tradicional Batalha do Real 19 anos, comemora quase duas décadas da mais importante e conceituada batalha de rima da América Latina, com MCs de todo o Rio de Janeiro disputando o título. Foi uma batalha marcada pela inclusão, com intérpretes de Libras. Participaram seis MCs LGBTQIA+ e mulheres: Camilla Red (Batalha do Tank), Tarzan__mc (Marginow), Devilzinha (Batalha do Fort), Athena (Batalha da Helianto), Kat Paixão (Roda cultural central) e AnjosMC (Roda Cultural Cidade de Deus).
A tarde e a noite ainda tiveram participação de artistas da comunidade Ballroom Rio, como Aika e Rothier, DJs PamBelli e LP.e shows de Ainá The Laquisha ,Tony, Tonny Hyung e WinniT. ficou em terceiro lugar na edição de 18 anos da Batalha do Real, no ano passado.
Mais sobre a Batalha do Real
As batalhas são realizadas no formato um contra um, o tradicional mata-mata. Cada MC tem dois rounds de 45 segundos para fazer suas rimas, no esquema de desafio, no qual um MC responde ao outro, com curiosas e divertidas provocações de agilidade mental que são o charme da Batalha da Real. A regra é clara: não vale xenofobia, contato físico ou ofensas ao apresentador e ao DJ. A Batalha do Real também não tolera homofobia e violência contra a mulher. O vencedor é sempre escolhido pelo público presente. Um formato 100% carioca que inspirou Criolo a criar a Rinha dos MCs, em São Paulo.