
Coruja Cósmica estreia no rap com olhar sensível sobre saúde mental e cotidiano urbano
O artista Coruja Cósmica tem chamado atenção na cena independente do rap por unir letras…
O artista Coruja Cósmica tem chamado atenção na cena independente do rap por unir letras introspectivas a reflexões sociais. Inspirado por nomes como Run DMC, Racionais MC’s, Facção Central, Quinto Andar e MF Doom, o rapper inicia sua trajetória musical abordando temas como solidão, burnout, exploração no trabalho e cansaço tecnológico, com uma proposta descontraída e acessível.
O nome artístico é carregado de significado: a coruja representa sabedoria, enquanto o adjetivo “cósmica” simboliza a vontade de espalhar conhecimento em escala universal. “A ideia principal é levar sabedoria para todo o universo”, resume.
A conexão com o rap surgiu ainda na infância, ao ouvir o clássico álbum Raising Hell, do Run DMC. A paixão foi se aprofundando com o contato com artistas nacionais e internacionais ao longo da adolescência e juventude. “O Quinto Andar e seus integrantes me fizeram ver um outro lado do rap, mais descontraído, falando de cotidiano”, conta.
Seu processo criativo envolve anotações constantes de ideias cotidianas que depois ganham forma em letras e batidas próprias.
“Coloco um pouco de alma na letra e produzo as batidas em cima da composição pensada”, explica.
Coruja Cósmica encara a entrada no universo musical como um passo de cada vez, mas já vê frutos dessa jornada: “Ouvir minha própria música nas plataformas foi um momento épico, que achei que nunca aconteceria”, afirma.
Seu novo trabalho, intitulado VIDA, propõe uma crítica ao modo automático com que muitas pessoas vivem hoje.
“O ser humano está sempre correndo, sendo cobrado por todos os lados. Não há mais tempo para descansar, e quando há, é visto como tempo perdido. O ócio é essencial”, destaca.
Apesar de ainda não ter colaborações lançadas, o artista revela que pretende fazer parcerias no futuro e já está preparando um novo single, Solidão, além de um LP para os próximos meses.
Fora da música, Coruja Cósmica apoia o grafite e o movimento de stickers, valorizando a arte urbana como expressão legítima da cultura de rua. Para ele, o rap segue essencialmente ligado ao espaço urbano e às manifestações culturais que emergem das periferias.
Ao falar sobre a evolução do rap, destaca o crescimento da qualidade e da diversidade na cena atual. “Hoje há muito mais espaço e profissionais. O mesmo acontece fora do Brasil. Você ouve ótimos rappers angolanos, por exemplo.”
Por fim, deixa um conselho direto aos que estão começando na música: “Busque conexões que ajudem na caminhada. Pratique, pratique mais e pratique ainda mais.”
Com letras reflexivas, batidas autorais e uma visão crítica sobre os desafios da vida contemporânea, Coruja Cósmica inicia sua jornada com autenticidade e propósito.