Coruja BC1 critica e ironiza situação sócio-política em “Brasil futurista”

Coruja BC1 critica e ironiza situação sócio-política em “Brasil futurista”

Terceiro álbum de um dos principais expoentes da cena do rap nacional chega às plataformas…

Terceiro álbum de um dos principais expoentes da cena do rap nacional chega às plataformas com participações de nomes como Margareth Menezes, Jonathan Ferr e Larissa Luz

“Brasil Futurista”, terceiro álbum de Coruja BC1, é um disco de música brasileira contemporânea feito por um rapper que escancara as contradições da sociedade moderna e argumenta o ciclo vicioso do país que insiste em retroceder. Ao todo são treze faixas produzidas por Theo Zagrae e com participações de Margareth Menezes e Jonathan Ferr, Larissa Luz, Lúcio Maia, RDD, Jair Oliveira, Ed City, Lino Krizz e Anchietx. Um clipe de fortes ideais políticos acompanha o lançamento que acontece através da MangoLab com distribuição da Believe.

Com o projeto, o cantor e compositor nascido em Osasco (SP) quer mostrar o quanto a favela e o povo trabalhador ainda são excluídos do debate político. “Quero impactar as pessoas com a musicalidade brasileira, e mostrar um rap com cara de Brasil pro mundo. Quero que cause debates e reflexões, que considero de suma importância neste cenário sócio-político em que vivemos”, almeja o artista.

“Brasil futurista” mergulha na diversidade da música brasileira e traz ela ao encontro da sonoridade urbana e do hip-hop. É balanço com rap, maracatu com rock, samba com house e soul com trap. Em pleno processo antropofágico, é também uma gesto propositivo e provocativo diante da nova música brasileira. “Fiz ele inspirado em grandes álbuns do nosso cancioneiro. Mesclei samba, samba rock, maracatu, ijexá, balanço e candomblé com ritmos que fazem parte da minha formação como o rap, soul music, funk e jazz”, explica.

A escolha do nome, traz uma boa dose de ironia – marca já registrada na trajetória de Coruja – e sintetiza o projeto. “É para abrir uma discussão sobre o futuro. A todo momento nosso país vive uma sensação de amor não correspondido e total abandono. É isso que o povo brasileiro sente na pele, ainda mais nesse tempo de desgoverno e de normalização do absurdo”, opina.

Em “Brasil futurista”, Coruja BC1 está mais ácido, mais maduro. Isso é notório nos versos, no flow, na escolha dos feats, assim como na química com esses convidados. “A capa e o clipe trazem a reflexão de como o povo preto, pobre e periférico está abandonado em suas dores, entregue a uma burguesia majoritariamente preconceituosa e egoísta. E ainda entregue à uma outra parte que tem fetiche com nossas dores e nos silencia ainda mais quando usurpa de nossas lutas pra se autopromover, impedindo que o povo chegue ao poder”, analisa.

Confira“Brasil futurista”!

Mais sobre Coruja BC1:

Coruja BC1, nascido em Osasco (SP), traz em seu trabalho discussões sociais, autocrítica e ironia social, distanciando-se do óbvio. Gustavo Vinicius Gomes de Sousa já sabia qual era a realidade de um jovem negro da periferia aos seis anos de idade, época em que presenciou um ato de violência brutal. Após testemunhar o pai sobreviver a seis tiros, sua família decidiu mudar-se para o interior de São Paulo, em Bauru, com esperança em uma vida com menos violência.

Toda essa vivência, o cantor e compositor traz para suas letras e musicalidade. Hoje, Coruja BC1 acumula números expressivos, com mais de 300 mil ouvintes mensais no Spotify e quase 30 milhões de visualizações em seus dois canais no YouTube.