Foto Divulgação

A Ascensão Feminina no Rap: Dona Gi e a Voz que Não se Cala com Letras de Protesto

Com letras de protesto e inspiração na própria trajetória, Dona Gi fortalece a representatividade feminina…

Com letras de protesto e inspiração na própria trajetória, Dona Gi fortalece a representatividade feminina na cena musical

Quando a batida é resistência e a rima é revolução, a voz feminina não pede passagem: ela ocupa. No cenário do Rap, dominado majoritariamente por homens, surge Gisele da Silva Souza, mais conhecida como Dona Gi, trazendo a potência da mulher preta periférica para desafiar paradigmas e desigualdades de gênero. Seu novo EP “Negritude Dona Gi, uma fusão entre a força do rap e a rebeldia do rock, é um manifesto de luta e superação.

Inspirada pelos baques e vitórias da vida, Dona Gi transforma dores e traumas em letras afiadas, carregadas de resistência e protesto. Sua trajetória começou ainda na adolescência, aos 15 anos, mas os obstáculos impostos pelo machismo – tanto na sociedade quanto no próprio meio musical – sempre estiveram presentes.

“Para as mulheres, persistir é um ato de coragem. Falta estrutura, apoio e reconhecimento, especialmente quando somos mães solo e precisamos conciliar a rotina com a música”, afirma.

De acordo com a pesquisa “O funk e rap em números”, apenas 8% dos rappers na plataforma ONErpm, uma das líderes do segmento de distribuição digital de música no Brasil, são mulheres. O estudo, publicado em 2022 na Revista Observatório 32, editada pelo Itaú Cultural, evidencia um cenário que ainda precisa ser transformado. Para Dona Gi, apesar dos avanços, é urgente criar mais espaços e políticas que incentivem a presença feminina no hip-hop brasileiro.

Dona Gi e sua Negritude

Mesmo com avanços, Dona Gi acredita que ainda é urgente criar mecanismos que ampliem a presença feminina na cena. É nesse contexto que nasce “Dona Gi e sua Negritude”, seu primeiro projeto contemplado por recursos da Política Nacional Aldir Blanc.

“Sou mãe solo e batalho para levar minhas músicas ao público desde os 14 anos. Esse tipo de incentivo é fundamental para que possamos seguir”, diz.

Além do EP – em fase de gravação e com lançamento previsto para 19 de setembro -, o projeto também vai levar palestras e shows a escolas públicas de Samambaia, a partir de 20 de setembro, conectando música, cultura e educação.

SERVIÇO:
Dona Gi e sua Negritude
Lançamento do EP: 19/09
Palestras nas escolas: a partir de 20/09