O rapper Pras Michel, membro fundador do grupo de hip hop Fugees, está sendo acusado pelos Estados Unidos de ter sido um agente não registrado do governo chinês. As acusações, que incluem conspiração para violar a lei de financiamento de campanha, foram anunciadas pelo Departamento de Justiça dos EUA em 22 de abril.

Michel é acusado de ter aceitado pelo menos US$ 800.000 para tentar influenciar a opinião pública em favor da China antes das eleições presidenciais dos EUA em 2012. Segundo a acusação, ele usou o dinheiro para fazer doações a um comitê de ação política que apoiava a reeleição do então presidente Barack Obama. Ele também teria usado o dinheiro para pagar despesas pessoais, incluindo jatos particulares, hotéis e restaurantes.

As acusações foram apresentadas em uma corte federal de Washington, D.C. Michel enfrenta até 22 anos de prisão se for condenado em todas as acusações. No entanto, a defesa do rapper afirma que ele é inocente e que as acusações são infundadas.

“Pras Michel é um cidadão norte-americano dedicado, que ama seu país e nunca faria nada para prejudicá-lo”, disse o advogado de Michel em um comunicado à imprensa. “Ele nega veementemente as acusações infundadas apresentadas contra ele e espera limpar seu nome na corte.”

Pras Michel era integrante do grupo de rap Fugees | Foto: Al Pereira/Michael Ochs Archives/Getty Image

Michel, de 48 anos, é mais conhecido como um dos membros do Fugees, um grupo de hip hop formado em Nova Jersey em 1990. O grupo lançou três álbuns de sucesso, incluindo “The Score”, de 1996, que vendeu mais de 17 milhões de cópias em todo o mundo. Michel também lançou dois álbuns solo, “Win Lose or Draw” em 2005 e “Experience” em 2018.

Esta não é a primeira vez que Michel enfrenta problemas com a justiça. Em 2019, ele se declarou culpado de acusações de fazer contribuições ilegais a um comitê de campanha presidencial dos EUA em 2012. Ele foi condenado a uma multa de US$ 50.000 e sentenciado a um ano de liberdade condicional.

As acusações contra Michel são parte de uma investigação mais ampla do Departamento de Justiça dos EUA sobre o envolvimento da China nas eleições presidenciais dos EUA em 2016 e 2020. A China tem sido acusada de tentar interferir nas eleições dos EUA, incluindo o uso de propaganda e desinformação em mídias sociais.