A defesa do rapper e empresário Sean “Diddy” Combs, 55 anos, admitiu seu histórico de violência doméstica durante a abertura do julgamento criminal iniciado na segunda-feira (12). A advogada Teny Geragos afirmou que, embora as imagens de violência contra sua ex-namorada Casandra Ventura sejam “indefensáveis” e “desumanizadoras”, elas não comprovam os crimes de extorsão e tráfico sexual dos quais ele é acusado.

Geragos reconheceu que Combs apresentava um comportamento agressivo, sobretudo sob o efeito de álcool ou drogas, e afirmou que ele será responsabilizado pelos atos que cometeu. No entanto, reforçou que ele não deve ser condenado por acusações que considera infundadas. “Ele será responsabilizado pelas coisas que fez, mas lutaremos por sua liberdade pelas coisas que ele não fez”, declarou a advogada.

O caso ganhou grande repercussão após a divulgação, pela CNN, de um vídeo de 2016 que mostra Combs agredindo Ventura em um hotel. Geragos classificou a cena como “horrível” e “não justificável”, mas ressaltou que o registro se refere à violência doméstica, e não a crimes ligados a tráfico sexual.

Combs, que fundou a gravadora Bad Boy em 1993 e se destacou no cenário musical sob os nomes Puff Daddy e Diddy, enfrenta cinco acusações criminais: conspiração de extorsão, duas acusações de tráfico sexual e duas de transporte para fins de prostituição. Ele se declarou inocente de todas as acusações e está preso desde sua detenção em setembro. Caso seja condenado, poderá pegar prisão perpétua.

A trajetória de Diddy inclui três prêmios Grammy, 14 indicações e uma carreira que extrapolou a música, com passagens pelo setor de moda, bebidas alcoólicas, televisão e cinema. O julgamento marca um ponto de inflexão dramático na carreira do artista, que também já vinha enfrentando diversas ações civis por má conduta antes de sua prisão.