Foto Créditos: FLORA NEGRI

Roberta Sá Celebra 20 Anos com o Audiovisual “Tudo Que Cantei Sou”: Um Show Intimista Gravado Sem Plateia

Após celebrar 20 anos de carreira com um show especial em 2025, a cantora e…

Após celebrar 20 anos de carreira com um show especial em 2025, a cantora e compositora Roberta Sá lança “Tudo Que Cantei Sou”, registro em audiovisual que reúne momentos marcantes de sua trajetória. Gravado, sem plateia, na Casa de Francisca, em São Paulo, o projeto chega aos aplicativos de música, em álbum homônimo (o 12º de sua discografia), e ao YouTube, às 12h, no dia 12/12, com distribuição da Deck.

Em formato intimista, Roberta se apresenta ao lado de Alaan Monteiro (bandolim) e Gabriel de Aquino (violão). O registro reúne 14 canções escolhidas a dedo, em um recorte sensível do show, e revisita canções fundamentais de sua discografia, como “Eu Sambo Mesmo” (Janet de Almeida), “Cocada” (Roque Ferreira), “Pavilhão de Espelhos” (Lula Queiroga), “Casa Pré-Fabricada” (Marcelo Camelo), “Fogo de Palha” (Roberta Sá e Gilberto Gil), “O Lenço e o Lençol” (Gilberto Gil), entre outras. Também integra o setlist “Olho de Boi” (Rodrigo Maranhão), faixa que inspirou o título do projeto, a partir do verso: “O que não falei, sim / Tudo o que cantei sou”.

A ideia de transformar o show comemorativo em audiovisual surgiu da forte reação do público e da equipe que acompanhou a turnê nos últimos meses: “Todo mundo que saía do teatro dizia: ‘Você tem que gravar isso!’. A resposta foi muito bonita e espontânea”, comenta Roberta Sá.

A artista explica que sempre procurou marcar suas fases com registros audiovisuais, como forma de documentar e encerrar ciclos criativos. Ela relembra que o primeiro foi “Pra Se Ter Alegria – Ao Vivo no Rio”, seguido por “Delírio no Circo – Ao Vivo” e “Sambasá (Ao Vivo)”. Para Roberta, esses projetos funcionam como retratos de cada momento artístico. “Sempre que faço um audiovisual, sinto que ele marca bem a fase que estou vivendo e me arrependo quando não faço”, afirma.

Um dos destaques de “Tudo Que Cantei Sou” é o bloco dedicado à produção musical feminina, que reúne compositoras de diferentes gerações e estilos. O segmento inclui “Lavoura” (Pedro Amorim e Teresa Cristina), “Juras” (Fernando de Oliveira e Rosa Passos), “Virada” (Manu da Cuíca e Marina Irís) e “Essa Confusão” (Dora Morelenbaum e Zé Ibarra). Para Roberta, destacar essas vozes é um gesto natural dentro da sua caminhada. Ela explica que o bloco surgiu do desejo de construir uma narrativa a partir de seu próprio olhar: “Se estou contando minha história, faz sentido perguntar: quais são as mulheres que me ajudam a contá-la hoje?”.

Ao revisitar o repertório feminino, Roberta reflete sobre como sua percepção do papel da mulher na música mudou ao longo dos anos. “Eu sou outra pessoa, completamente diferente de vinte anos atrás, e o mundo também é outro. A minha consciência sobre o feminino mudou junto”. Essa reflexão aparece também nas escolhas das compositoras que compõem o repertório. Segundo ela, é emocionante perceber como as palavras de Teresa Cristina continuam atuais, enquanto novas artistas, como Dora Morelenbaum, ajudam a renovar seu olhar e ampliar sua bagagem artística.

Entre as homenagens, Roberta destaca o tributo a Rosa Passos, referência fundamental em sua formação. Gravar “Juras”, diz ela, é uma forma de reconhecer a importância de uma das maiores cantoras, compositoras e violonistas do país. “Essas mulheres representam o que eu acredito que é perene, que não é passageiro, nem frívolo. São artistas com muita consistência musical, e estar próxima delas, cantando suas canções, é reafirmar o lugar da mulher na música brasileira com profundidade e verdade”.

Mais do que um registro comemorativo, “Tudo Que Cantei Sou” consolida o olhar artístico de Roberta Sá sobre sua própria trajetória. O projeto reafirma a importância da narrativa feminina em sua obra e marca o início de uma nova fase da cantora, que volta aos palcos com um espetáculo que une repertório histórico, arranjos inéditos e uma leitura contemporânea de seus 20 anos de carreira.

MÚSICAS

  1. ÁGUA DOCE (Roque Ferreira) 
  2. EU SAMBO MESMO (Janet de Almeida) 
  3. CASA PRÉ-FABRICADA (Marcelo Camelo) 
  4. PAVILHÃO DE ESPELHOS (Lula Queiroga) 
  5. NÃO POSSO ESCONDER O QUE O AMOR ME FAZ (Cezar Mendes/ Capinam) 
  6. VIRADA (Manu da Cuíca/ Marina Íris) 
  7. LAVOURA (Pedro Amorim/Teresa Cristina) 
  8. JURAS (citação: Saudade Louca) (Fernando de Oliveira / Rosa Passos) 
  9. ESSA CONFUSÃO (Dora Morelenbaum / Zé Ibarra)
  10. MAREJADA (Roque Ferreira) 
  11. COCADA (Roque Ferreira) 
  12. O LENÇO E O LENÇOL (Gilberto Gil) 
  13. FOGO DE PALHA (Gilberto Gil / Roberta Sá) 
  14. OLHO DE BOI (Rodrigo Maranhão)

[ OUÇA AQUI O ÁLBUM ]
[ VEJA AQUI O AUDIOVISUAL ]