CongaGroove - “Mineápolis é Aqui”

Rap com pagodão e arrocha, CongaGroove aposta no afrofuturismo em EP

Arrocha do Futuro: CongaGroove aposta no afrofuturismo em EP

Apostando na mistura de ritmos de origem africana com uma sonoridade mais contemporânea, a banda baiana CongaGroove lança, nesta quinta-feira, 30, o seu primeiro EP, “Mineápolis é Aqui”, em referência aos protestos contra a violência racial no mundo.

Nascido de Candeias, na Bahia, o grupo incorpora em seu som diversos estilos como rap, eletrônico, dubstep, pagotrap, afrobeat e até mesmo o arrocha, ritmo que nasceu na mesma cidade da maioria dos integrantes.

Neste primeiro trabalho, a banda busca evidenciar a questão racial, destacando protestos e conscientização na faixa que dá nome ao EP, “Mineápolis é Aqui”. Além disso, o CongaGroove canta sobre empoderamento negro, como em “Reis e Rainhas de Black”, e entrega também músicas para o público ‘meter dança’, como “Vai Braba” e “Baile da Nova”, trazendo o pagodão baiano.

Segundo um dos vocalistas do grupo, Felipe Silva (Lippeh), 20 anos, as letras são uma grande preocupação da banda.

“Podemos falar de diversão usando letras positivas. Queremos que as periferias possam se identificar com o nosso som e ao mesmo tempo refletir sobre sua própria realidade”.

Arrocha do futuro

Surgida a pouco mais de um ano, o CongaGroove já tem ideias mais amadurecidas sobre o que quer mostrar para o público baiano. Buscando ressignificar o arrocha, que sempre foi visto como “coisa de coroa”, os músicos convidam a juventude para se sentir pertencida ao ritmo, que é repaginado com outros elementos da música negra, como rock, eletrônico, rap e o pagodão.

A ideia dos jovens é trazer elementos do movimento estético e cultural afrofuturismo e cultura pop. Eles se somam ao novo e bem produtivo cenário da nova música baiana, onde se destacam nomes como Baiana System, Attooxxa, Afrocidade, Xênia França, Baco Exu do Blues e Luedji Luna, que já alcançaram o público nacional e internacional.

A ideia do CongaGroove surgiu a partir da união dos músicos da Região Metropolitana de Salvador que pensaram em fazer um som inovador e ao mesmo tempo baseado nas raízes da região. O produtor musical e DJ Marve BigHead, por exemplo, tem como base a música eletrônica e o rock, sendo baterista da banda indie “Ao Vento” e já tendo lançado um EP pelo selo “ItsNotALabel Records” do Canadá. Já o guitarrista Uzão, tocou na banda de hardcore Depraxe H.C. O vocalista Lippeh vem da cena rap e trap independente e o percussionista Frank foi aluno da Escola Rumpilezzinho, com passagens por bandas renomadas do pagode baiano.

“A música baiana está, mais uma vez, em um processo de grande transformação. Somos um povo muito inovador e criativo e assim como foi com o Tropicalismo e o Axé Music, esse é um grande momento para a música baiana. Nós, como somos de Candeias, queremos trazer a sonoridade do arrocha e do pagodão da região metropolitana e conectar essa base com o que há de mais inovador na cena musical do mundo”, destaca o DJ e produtor musical Marve BigHead.

Apesar de novo, o grupo já reúne importantes apresentações no currículo, como shows com a banda “Um Toque Novo” (do hit “Piririm Pom Pom”), Ilê Aiyê e Muzenza. Além disso, já se apresentou no evento UCSAL Game Day (da Universidade Católica do Salvador), Hub Salvador, teve um show completo no Candeias Folia, durante o carnaval 2019, e fez participação no evento Madre Music para cerca de 20 mil pessoas.

O EP “Mineápolis é aqui” já está em todas plataformas digitais, como Sportify, Deezer, Google Play Music etc.