Foto da Cia Sobrecéus

Oficina de pipas e “Dia do Pipaço” agitam o Parque da Juventude, na Zona Norte

Nos dias 06 e 13 de abril de 2024, sábados, às 14h, a Cia. Sobrecéus…

Nos dias 06 e 13 de abril de 2024, sábados, às 14h, a Cia. Sobrecéus (@ciasobreceus) realiza atividades especiais no Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns, antigo Complexo Penitenciário Carandiru, na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630, Carandiru, São Paulo – SP, pensando nas relações de território antes e depois da criação do Parque.

No dia 06 de abril (sábado), às 14h, acontece a oficina “Preparando pra voar”, no O Mundo do Circo. Uma oficina gratuita de construção de pipas visando a troca de saberes com jovens da região, refletindo sobre as relações com o território no passado e no momento presente. As pipas serão o ponto de partida para diálogos sobre a importância histórica do território. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no link.

Já no dia 13 de abril (sábado), às 14h, acontece a intervenção “Dia do Pipaço”, em frente à ETEC de Artes. O grupo conduzirá a criação de uma instalação onde serão penduradas 111 pipas em memória às vítimas do massacre do Carandiru ocorrido no dia 2 de outubro de 1992. O público será convidado a ativar a instalação, pendurando as pipas que ficarão expostas no espaço por uma semana.

As ações são do projeto “Arte Como Liberdade” contemplado no Edital Modalidade 1 – Programa VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que propõe a realização de atividades artísticas no território do Carandiru, promovendo a sensibilização e integração da comunidade com o Parque da Juventude e os equipamentos que o compõem.

A Cia. Sobrecéus tem sua sede no Carandiru, território onde até os anos 2000 estava instalado o Complexo Penitenciário do Carandiru, um dos maiores presídios da América Latina, e que ainda ocupa um lugar no imaginário da população da região, em razão do massacre ocorrido na década de 90, além das rebeliões que aconteceram no início dos anos 2000.

Com a implosão do presídio em 2002, há agora o Parque da Juventude, a Biblioteca São Paulo, o Museu Penitenciário, a ETEC de Artes, a ETEC Parque da Juventude e O Mundo do Circo, que foram criados para ressignificar a memória das violências ocorridas ali e promover a inclusão social na região.

“Acreditamos que neste território, que ainda guarda marcas de violência, cabem iniciativas de promoção da liberdade por meio da arte, da cultura e do lazer. Estes espaços ainda remontam processos de discriminação e colonização, muito comuns na América Latina. Portanto, é necessária uma mediação com um diálogo efetivo e afetivo que é o fio condutor do nosso projeto”, comenta o grupo que desenvolve uma pesquisa intitulada “América Latina: memória e território” sob a influência das propostas artísticas latino-americanas e das questões sociais de seu território de atuação, uma vez que o Carandiru enfrenta o mesmo olhar pejorativo que a América Latina diante do mundo.

“Queremos que este território não seja apenas um lugar de passagem, mas onde a população queira estar e aproveitar como um espaço de cultura, lazer e trocas humanas, evidenciando o histórico do espaço, mas também a sua ressignificação”, explicam as artistas.

O projeto “Arte Como Liberdade” visa inspirar a comunidade a habitar esse espaço de forma sensível e não violenta, como um exercício de liberdade. Ao longo do projeto será produzido também um mini-documentário, que ao final será disponibilizado no youtube, com registros de toda essa trajetória.