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O que o novo single de Beyoncé pode ensinar sobre saúde mental no trabalho

Especialista comenta importância da exposição do tema e sua relação com a busca pelo que…

Especialista comenta importância da exposição do tema e sua relação com a busca pelo que nos faz felizes

Após seis anos sem lançar um novo álbum, Beyoncé retornou nesta semana com uma explosão midiática pela divulgação do novo single ‘Break my Soul’. A música foi apontada como um hino à ‘Grande Renúncia’, como ficou conhecido o fenômeno recente nos EUA em que muitos trabalhadores preferem pedir demissão de seus empregos a aceitar condições que não lhes agradem, colocando a saúde mental em primeiro lugar. Nas primeiras 24 horas, a faixa já havia registrado 5.145.450 streams em todo o mundo.

O single, que fará parte do novo álbum da cantora, Renaissance, incentiva os ouvintes a se libertarem de seus empregos ‘9-5’ (nove horas por dia, cinco vezes por semana). “Eu acabei de pedir demissão, vou achar meu novo caminho, trabalhei muito duro”, diz um dos trechos. A música também está repleta de frases como: ‘me fazem trabalhar tanto’, ‘forçam meus nervos, por isso não durmo à noite’ e ‘livre-se do stress’.

Milene Rosenthal, psicóloga co-fundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental, comenta que o movimento em favor da demissão voluntária está inserido no contexto da pandemia, que transformou o mundo e fez cada um olhar mais para dentro de si. “O fato da canção de uma das maiores estrelas pop falar sobre esgotamento mental confirma a enorme preocupação com o tema nos dias de hoje. Muitas das frases inseridas na letra da música apontam sentimentos reclusos, que fazem mal, e incentivam uma libertação que as pessoas têm dificuldade em promover”.

Segundo a psicóloga, Beyoncé expressou o sentimento de uma geração mais preocupada com o bem-estar e que precisa de incentivo para ir em busca do que a faz feliz. O trecho “estou construindo minha própria fundação, tenho motivação” é um bom exemplo.

“Palavras de incentivo e falar abertamente sobre o tema é muito relevante nesse sentido. Se algo não nos faz feliz e prejudica nossa saúde, precisamos pedir ajuda, tomar uma atitude. Muitas vezes gostamos do trabalho, mas as condições de stress, cobrança e acúmulo de atividades nos fazem ter um sentimento negativo em relação a ele. Por isso, precisamos buscar ajuda, até mesmo dentro das empresas, que hoje estão mais abertas a olhar para a saúde mental dos colaboradores”, frisa a profissional.

Burnout

No Brasil, os pedidos de afastamento do trabalho decorrentes de transtornos mentais aumentaram 26% em 2020, na comparação com 2019, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Casos de burnout, depressão e ansiedade vêm fazendo as empresas olharem com mais atenção para suas equipes e alguns programas voltados à saúde mental dentro das organizações podem trazer bons resultados.

O tema ganhou ainda mais relevância quando a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, passou a ser classificada como doença ocupacional, pela OMS, valendo o enquadramento desde o dia 1º de janeiro deste ano. Com isso, são aplicados a ela os mesmos direitos trabalhistas já assegurados no caso de outras doenças relacionadas ao trabalho.