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No Dia da Consciência Negra, Barroso lança álbum “Vendo Sonhos”

“Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, foi a principal inspiração para a criação de “Vendo Sonhos”

“Vendo Sonhos” é mais do que um álbum musical. É a potência artística que quebra paredes, provoca, cura, incomoda, causa sensações. Embebido principalmente de música preta, o novo trabalho de Barroso nasce no Dia Nacional da Consciência Negra com a missão de elucidar questões como marginalidades, igualdade, cotidiano, sabedorias maternas, questionamentos existenciais, amor, LGBTfobia, machismo, xenofobia e misoginia. Barroso traz para sua carreira musical o tom interpretativo e de provocação social, cada vez mais urgentes na sociedade. Para compor fragmentos do novo trabalho, o artista trocou livros por histórias contadas pelos moradores e passantes do Fluxo em São Paulo, apelidado de Cracolândia, a partir dos questionamentos: O que é o amor? O que é a liberdade?

Obra prima do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, o poema dramático Morte e Vida Severina foi o principal catalisador para a concepção do álbum de Barroso, tendo como fonte a condição do retirante nordestino, sua morte social e sua miséria. “O poema simboliza pra mim esse lugar de retirante de si mesmo que todes somos. O tempo inteiro, nos cobramos em sermos melhores, conquistar objetivos, buscar um estado de paz, viver bem. Eu sigo nesse lugar de querer ser alguém melhor para mim, para o outro, para o mundo”, explica Barroso. Trechos da obra de João Cabral estão presentes em três faixas do disco: The Big Bang Theory e Coisas Mais, com clipe já lançado, Não Tenho Medo de Terra e Somos Muites Severines.

Além da música e da literatura, a pluralidade cultural da obra também é percebida a partir de suas influências nas artes cênicas. Lançado pelo artista em parceria com a Estrogênia Produções e Laura Sciulli Produções, Vendo Sonhos tem 13 faixas divididas em quatro atos que traçam uma narrativa distópica: origem, amor, coragem e sabedoria. “Esse é um trabalho oferecido para a sociedade revisitar suas questões e se sensibilizar para o que é mais urgente. Quanto mais nos atentarmos à origem das coisas, mais poderemos ser pessoas conscientes e responsáveis. Só assim será possível enxergar o amor como um ímpeto natural da existência, a coragem como impulso para agir com o coração e a sabedoria como nosso único tesouro”, diz Barroso. O álbum, produzido pela produtora e selo independente Orelha Muda em parceria com Vicente Pizzutiello, conta com a participação de sua mãe, Lone Barroso, suas avós, além de Sarah Roston, Saullo, SóCIRO, andô, Ashira, Leyllah Diva Black, Malú Lomando, Victoria Saavedra, Selma Fernands, Marina Marchi, Lage, Belá Bacelar, Jasper Okan, Tassia Cabanas, Louise Helène, Olívia Mattos, entre outres artistas.

Com seu estilo alternativo e sua mistura contemporânea de elementos da música brasileira e rock black music, Barroso trilha sua caminhada musical pela sonoridade brasileira a partir de suas referências pessoais mais marcantes. O novo álbum, permeado por experimentações sonoras, recebe influências de maracatu, blues, repente, rap, rock, R&B, além de técnicas de lo-fi hip hop. Cinco inéditas chegam para compor o trabalho: Fala Comigo Doce Como a Chuva, Viciei no Remédio, Hoje é Tempo, Somos Muites Severines e Não Tenho Medo de Terra. Oito faixas foram lançadas anteriormente: Sonhos, Ato Três . Sabedoria, Ato Zero . Origem, Amor Livre, Infinito Blues, Ato Um . Amar (por Leyllah Diva Black), Ato Dois . Coragem (por Ashira) e The Big Bang Theory e Coisas Mais.

Atualmente, Barroso está no elenco da série Aruanas, no ar em diversos países após a exibição pela Rede Globo no Brasil em 2020. A série original da Globo e Maria Farinha Filmes traz Débora Falabella, Leandra Leal, Taís Araújo e Thainá Duarte como protagonistas. Recentemente, o artista foi um dos sete artistas brasileiros convidados para participar do Unfinished, festival multidisciplinar que acontece na Romênia há cinco anos. A partir de um espaço online inovador, a edição de 2020 contou com 60 participantes de 21 países, com destaque para a artista performática Marina Abramović.

[Ouça o disco “Vendo Sonhos”]

Saiba mais sobre o artista:

Barroso é cantor, compositor, ator e poeta. Estudou na Escola Superior de Artes Célia Helena e no Conservatório Souza Lima e teve seu primeiro contato com a música por meio de suas raízes familiares, quando seu avô ensinava os primeiros acordes de violão na periferia de São Paulo, onde nasceu e cresceu até os seus 23 anos. Mesmo no teatro, a música sempre esteve presente em tudo o que fez. Seu principal objetivo com suas canções é dar corpo, voz e força para tudo aquilo que é marginalizado pela sociedade, trazendo ao palco temas universais e de seu próprio universo. Barroso Eus conversa com o plural do indivíduo e a origem da palavra “Deus”, do latim, como uma força universal e abrangente, presente em tudo e todes. “A pluralidade do indivíduo, sua divindade e desconstrução. É sobre nós”. Assim ele se define na música.

Sua carreira musical profissional começou de fato em 2017 com o lançamento do EP Acústico Enclausurado. Ainda em 2018, foi convidado para o Projeto Margem – Edital VAI (SP) por onde gravou um clipe acústico de sua música “Não Tenho Medo de Terra” e de sua poesia “Enclausurado”, lançados no canal do projeto no YouTube. Barroso também teve participações no EP Tragicomédia Tropical (2018), do cantor andô, e no álbum Alphaleonis (2020), da cantora Malú Lomando. Atualmente, Barroso também está no elenco da série infanto-juvenil da Discovery Kids, Novo Mundo Zoo, e participou do longa Vale Night, dirigido por Luis Pinheiro e com produção da Fox Filmes e Querosene Filmes. Ainda em 2020, atuou na série No Fim Eu Tava Sozinha, criada e produzida 100% à distância exclusivamente para o Instagram, com a participação de 12 personagens que se revezam solitariamente em um contexto de fim de mundo.