Na Tailândia o Rap se torna a pedra no sapato da ditadura militar no país

A corrupção, a desigualdade e a falta de liberdade são alguns dos temas abordados em…

A corrupção, a desigualdade e a falta de liberdade são alguns dos temas abordados em um rap que já alcançou mais de 31 milhões de acessos no YouTube e tem irritado a junta militar que governa a Tailândia.

“O país com uma arma no teu pescoço/ que clama liberdade, mas não dá o direito de escolher”, diz a canção “Prathet Ku Mee” (Qual é o meu país?) interpretada pelo grupo Rap Against the Dictatorship (Rap contra a Ditadura) formado por 10 músicos tailandeses.

Os rappers atacam diretamente a Junta Militar que governa o país por atrasar continuamente a realização das eleições prometidas desde que tomaram o poder através de um Golpe de Estado em 2014, tornando a sociedade “ignorante através de ameaças de violência”, afirmam os rappers.

O rapper Jacoboi, explicou a EFE em um estúdio de gravação em Bangkok que a música expressa o que pensa a maioria dos tailandeses, mas que não dizem abertamente por medo, por isso se mostra satisfeito por ter alcançado tanta gente.

“Basicamente quero ver um Governo Civil, um governo cem por cento eleito pelo povo tailandês em uma eleição”, assinala o cantor de 33 anos que exibe diversas tatuagens, incluindo o símbolo da paz na mão.

No final do clipe os rappers ainda recriam a famosa cena do Massacre da Universidade de Thammasat, episódio ocorrido em 06 de outubro de 1976, em Bangkok, onde forças policiais tailandesas e paramilitares de extrema direita atacaram estudantes e manifestantes de esquerda no campus da universidade deixando mortos, feridos e presos políticos. Assista:

Contra ataque do Governo

Pouco depois de publicar o vídeo, o Governo e a Polícia acusaram o grupo de “deslealdade à pátria” e ameaçaram usar a lei de internet contra os integrantes do Rap Against the Dictatorship e contra quem compartilhasse a música nas redes sociais. A ação da polícia para interromper shows e eventos considerados ofensivos ao governo é comum na Tailândia. Porém, o chefe adjunto da Polícia Nacional, Srivara Ransibrahmanakul, afirmou mais tarde que “não havia delito na letra”, assim ninguém foi indiciado.

Agora as autoridades tem contra-atacado de uma forma mais artística, usando o aparelhamento do estado o governo passou a promover um “Rap Patriótico” pró governamental intitulado “Tailândia 4.0” que já tem mais de 3 milhões de acesso.

As informações são da Agência EFE via El Español