Pôster do documentário: Bam Bam - A história do Sister Nancy / Créditos: Divulgação

Mostra Cine Afrolatinas: Bam Bam – A história de Sister Nancy estreia no Brasil

A Mostra Cine Afrolatinas acontece entre os dias 30 e 31 no Cine Brasília, de…

A Mostra Cine Afrolatinas acontece entre os dias 30 e 31 no Cine Brasília, de forma gratuita, e contará com outras nove atrações que convida o público a percorrer narrativas que rompem com estereótipos e posicionam mulheres negras como protagonistas

Com exibições abertas ao público e um debate internacional que reúne criadoras negras de diferente países, o Cine Afrolatinas amplia a percepção do audiovisual com linguagem política e afetiva. A mostra acontece no Cine Brasília, no Distrito Federal, entre os dias 30 e 31 de julho. O evento reafirma o compromisso do Festival Latinidade de promover a visibilidade e valorização das mulheres negras por meio da cultura, da arte e do diálogo político.

Com a programação bastante diversificada, a mostra contará com mais de dez atrações, incluindo o lançamento do documentário Bam Bam: a história de Sister Nancy. O longa será apresentado pela primeira vez no Brasil e conta com atuação inédita da Universidade Afrolatinas.

O filme, que retrata a trajetória da cantora jamaicana e sua trajetória marcante para o dancehall mundial, se torna referência ao contar com a participação inédita da Universidade Afrolatinas, que assinou, pela primeira vez, a tradução do longa para a língua portuguesa. A artista, que esteve no Festival Latinidades no ano passado, retorna ao Brasil para se apresentar no Afropunk neste ano.

“Quando menos de 1% das cinebiografias no mundo são dedicadas a mulheres, e, sobre mulheres negras, esse número é ainda menor, e exibir um filme como Bam Bam é um ato político e simbólico para nós. É sobre romper silêncios e celebrar histórias que historicamente foram apagadas. Contar com a atuação da Universidade Afrolatinas na tradução desse filme representa nosso compromisso em ampliar o acesso, fortalecer imaginários e reafirmar que somos as autoras das nossas próprias narrativas”, relata Jaqueline Fernandes, fundadora do instituto Afrolatinas.

O Cine Brasília receberá também oficinas, painéis e rodas de conversa que aprofundarão temáticas relacionadas à representatividade, à memória e à resistência negra no cinema contemporâneo. A mostra pretende estimular o diálogo entre diferentes gerações e oferecer espaços de trocas culturais e políticas, reforçando o papel das artistas negras como protagonistas de suas próprias narrativas.

O local será palco de exibição de filmes como Orum Aiyé: A criação do mundo, Desaparecidos, Mulheres Negras: Por uma representação mais digna, Aquém das Nuvens, Aurora, Alexandrina – um relâmpago, Mulheres Bordadas – Fios do Passado e Vão das almas.

Haverá ainda com roda de conversa sobre mulheres negras fazendo cinema, com mediação da professora e pesquisadora de cinema e audiovisual Ceiça Ferreira e participação da cineastas Urânia Munzanzu e Suéllen Batista

Outra mesa de destaque será: Mulheres negras e a reescrita de narrativas no cinema mundial, comandada por Aline Maia e com participação do Alison Duke, diretora canadense responsável pelo longa: Bam Bam: a história de Sister Nancy. O debate abordará como as mulheres negras desafiam as narrativas convencionais e reescrevem suas próprias histórias no audiovisual.

Festival Latinidades será, igualmente, local do lançamento de Empoderadas Narrativas Incontidas do Audiovisual Brasileiro, escrito por Renata Martins, reunindo 35 diferentes trajetórias de perseverança, resistência, lacunas e afirmações das mulheres negras no cinema brasileiro.

Para Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Marca da Shell Brasil, investir em eventos culturais é parte do compromisso da multinacional com o desenvolvimento social e a valorização da cultura brasileira: “Estamos muito felizes em iniciar essa parceria com o Festival Latinidades. Através do nosso apoio, queremos promover o fortalecimento e a perpetuação do patrimônio cultural imaterial produzido por mulheres negras. A parceria é um reflexo da nossa agenda de patrocínios que reitera nosso compromisso com a sociedade brasileira e a cultura nacional”.

Sobre o Instituto Afrolatinas

O Afrolatinas é uma organização sem fins lucrativos que atua por meio das artes, da cultura e da educação para promover equidade de gênero e raça, contribuir para a difusão e o reconhecimento de narrativas, saberes e memória, além de impulsionar a autonomia financeira e a redução das violências contra as mulheres negras.