
Mac Júlia é Anunciada no Gatilho Festival, Confira a Programação!
A “Dona Onça” está confirmada: a cantora Mac Júlia é o destaque anunciado na programação…
A “Dona Onça” está confirmada: a cantora Mac Júlia é o destaque anunciado na programação da 2ª edição do Gatilho Festival. O evento, que tem como missão construir uma memória coletiva sobre a contranarrativa de gênero no cenário dos festivais, acontece no próximo sábado, 18 de outubro, no Afro Galpão – Pequena África, em Belo Horizonte.
Programação e Destaques do Funk Periférico
A edição deste ano amplifica o trabalho de artistas LGBTQIAPN+ independentes de diferentes regiões do país e exalta, em especial, as vertentes periféricas do funk. Mac Júlia, uma das principais vozes femininas do Brasil, promete transitar entre o trap e o funk, trazendo sucessos como “Sofá Breja” e “Faixa Rosa”.
Além da headliner, o festival contará com:
- All Ice (SP): Apresentando o álbum “para os loucos e para os românticos”.
- Dornelles (RJ): Um dos funkeiros de maior projeção nacional com o funk queer.
- Pamka Pauli (SP): Com beats potentes que exploram o funk, jersey club e outras vertentes da música eletrônica.
- Mano Feu (MG) e Marieh: Representando o funk lésbico.
- Tetê (MG): Travesti preta e periférica que utiliza o palco como território de afirmação, desejo e resistência.
- Tai (MG), NBaile (MG) (coletivo de DJs trans e não bináries do funk) e Pelas DJ (MG).
Um Movimento de Resistência e Curadoria Atenta
Idealizado por pessoas jovens e trans, o Gatilho Festival é uma proposta de marcar a paisagem cultural da cidade com a presença da comunidade LGBTQIAPN+ e de artistas independentes. O projeto foi criado a partir da observação da urgência de impulsionar esses artistas, conforme explica o produtor cultural e cantor transmasculino, Lui Rodrigues, que assina a coordenação geral:
“A ideia central e o diferencial é uma curadoria atenta. O festival busca por trabalhos de artistas interessantes e independentes com trabalhos excepcionais que mais pessoas deveriam conhecer.”
A edição marcada pelo funk é vista como uma resposta criativa às ausências e um desafio direto a camadas de silenciamento. “Colocar o funk LGBTQIAPN+ no palco é desafiar algumas camadas a mais de silêncio e fortalecer a cultura como direito humano e de livre expressão,” afirma Lui. O objetivo final é o fortalecimento de uma rede de artistas historicamente marginalizados pelos grandes circuitos culturais.
A coordenadora de produção, Yunni Anumaréh, complementa a visão, afirmando que o evento busca expandir o significado de música boa e demarcar o território da população LGBTQIAPN+, preta e indígena diante de retrocessos políticos.
Funk como Arte e Contranarrativa
A discussão sobre a liberdade de expressão no funk foi recentemente reacendida pela prisão de MC Poze do Rodo, em 2025, sob acusações de “apologia ao crime”. Segundo acadêmicos e juristas, o incidente evidencia uma perseguição sistemática a expressões musicais negras e periféricas, visto que a interpretação dada à obra de Poze — que retrata realidades vividas — seria diferente caso idêntico conteúdo fosse cantado por artistas de outras origens.
Como afirma Thiago de Souza, “Não falar de funk é não falar da realidade e funk é arte, não crime”. O festival, neste contexto, propõe curadoria e giro econômico entre profissionais LGBTQIAPN+ de todas as áreas, sendo realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Edital Lmic 2024).
Serviço: Gatilho Festival – 2ª Edição
Evento gratuito
Data: 18/10/2025 (Sábado)
Horário: às 20h
Local: Afro Galpão – Pequena África
Endereço: Av. Dom Pedro II, 2725 – Alto Caiçaras, Belo Horizonte – MG, 30710-535
Retirada de Ingressos: Antecipada e gratuita via site oficial.