
Léo da Bodega dá voz à saudade com refrão perdido de Mestre Baracho em “Eu Queria Ficar”
Produzida por Dmax e com participações de Paulinho Ogã, Alice Ialodê do Côco de Umbigada…
Produzida por Dmax e com participações de Paulinho Ogã, Alice Ialodê do Côco de Umbigada e Eduarda Mello do Côco das Artes, a canção mistura tradição e contemporaneidade, além de reafirmar o poder da memória afetiva e cultural na música popular pernambucana
O cantor, compositor e multi-artista Léo da Bodega lança seu novo single, “Eu Queria Ficar”, uma canção que mistura saudade, afeto e raízes culturais com a leveza das paisagens praianas de Olinda. A faixa – que chega às plataformas nesta sexta-feira (24) – é uma parceria com Paulinho Ogã, Alice Ialodê do Côco de Umbigada e Eduarda Mello do Côco das Artes, sob a produção refinada de Dmax, e resgata um refrão inédito de Mestre Baracho, ícone da música popular pernambucana, nunca antes lançado comercialmente.
“’Eu Queria Ficar’ tem sido uma das músicas que mais gostei de trabalhar,” revela Léo. “Ela me atravessa por resgatar algo histórico e ao mesmo tempo extremamente pessoal. Quando encontrei esse refrão perdido num documentário, percebi que o sentimento era o mesmo que eu vivia agora, de quem é da cidade e sente a dor e o desejo de ficar, mesmo quando a vida manda seguir em frente.“
A canção narra a história de um artista olindense que, embora decida partir em busca do seu “lugar ao sol”, carrega o desejo profundo de permanecer naquela praia com seu amor. Com arranjos que misturam tradição e contemporaneidade, a faixa é um encontro de gerações e sonoridades, amparado pela sensibilidade percussiva de Paulinho Ogã e pelo legado vivo das Irmãs Baracho.
No compasso que marca o primeiro aniversário de “Botija”, Léo da Bodega oferece um presente em forma de canção, que reacende a chama de um encontro eterno entre artista, cidade e público. É como se a própria Olinda soprasse seus segredos, renovando a conexão com todos que fizeram deste álbum um marco de emoção, resistência e celebração.
“Ao decorrer de um ano pós-lançamento, aconteceram coisas que eu nem imaginaria acontecer: de validação do trabalho à conexão com vários artistas de diversos nichos, oportunidades de shows e colaborações com artistas no qual não imaginaria conhecer pessoalmente. ‘Eu Queria Ficar’ chega nesse momento de celebração por tantas coisas boas que tem acontecido nestes 12 meses”, conclui Leo.
Da praia à canção: entre encontros e despedidas
Gravado na Praia do L, em Olinda, o visualizer que acompanha o lançamento reforça o caráter afetivo e poético da faixa. No vídeo, a dançarina e pesquisadora Maya Ferreira, reconhecida por sua atuação na cena cultural olindense, interpreta a simbologia desses encontros movidos pela música, pela dança e pelo amor — e dos desencontros provocados pelas exigências da vida.
“É uma faixa sobre escolhas difíceis, sobre a beleza que a gente encontra nos afetos e nos lugares, mas também sobre a necessidade de partir. Quis homenagear isso visualmente, de forma simples, mas carregada de emoção,” explica Léo sobre a produção audiovisual, que aposta em imagens sensíveis para transmitir a atmosfera da canção.
A escolha de Maya não foi por acaso: “Ela representa a força, a beleza e o movimento da mulher olindense. Foi uma honra dividir esse momento com ela, porque sua dança fala tanto quanto a letra da música,” completa o artista.
Raízes vivas da cultura popular
Com influências que vão de Mestre Baracho à pluralidade dos ritmos que marcam a história musical de Olinda, “Eu Queria Ficar” conecta passado e presente ao resgatar uma composição guardada desde os anos 1980. “Trazer esse refrão para hoje foi uma forma de manter viva uma tradição que ainda pulsa nas ruas e nos terreiros de Olinda,” afirma Léo.
A produção assinada por Dmax — conhecido por trabalhos que unem técnica apurada com respeito às raízes culturais — potencializa esse encontro, com arranjos que valorizam a melodia original e atualizam a composição com elementos modernos da música brasileira.
“Eu Queria Ficar” é, nada menos, que uma carta de amor à cidade e um convite à reflexão sobre os caminhos que a vida nos faz trilhar, mesmo quando o coração pede para permanecer.
Sobre Léo da Bodega
Nascido e criado na Rua do Amparo, localizada no Sítio Histórico de Olinda, Léo da Bodega tem 28 anos e cresceu em um bairro fervoroso de artistas de diversas áreas.Influenciado e apadrinhado pelo Mestre Salustiano, Léo aprendeu a tocar rabeca aos seis anos e tornou-se caboclo de lança no Maracatu Piaba de Ouro, onde realizou suas primeiras apresentações artísticas.
Com o passar dos anos, Léo se envolveu em diversos projetos artísticos, musicais e sociais. Com a ideia de mesclar sua vasta experiência artística com gêneros musicais contemporâneos, Léo traz em seu DNA artístico o trap e a rica cultura pernambucana.
Em outubro de 2024 lançou “Botija”, seu primeiro álbum, como um verdadeiro resgate de raízes e celebração à rica cultura de Olinda. O álbum mistura elementos tradicionais da cultura popular pernambucana, como Cavalo Marinho, Maracatu e Ciranda, com influências urbanas contemporâneas, como o rap. Léo define o álbum como uma homenagem à sua cidade natal, Olinda.