Jesuton - Foto Divulgação

Jesuton lança álbum ‘HOJE’, que transita do soul ao afrobeat, do tambor ao eletro, do Rap a MPB

Com colaborações de Slipmami, Rincon Sapiência e Trevo, ‘HOJE’ é um ritual moderno que convida…

Com colaborações de Slipmami, Rincon Sapiência e Trevo, ‘HOJE’ é um ritual moderno que convida o ouvinte ao tempo presente

“Acorde para o agora. Reconheça sua força. Desapegue do que te atrasa. E caminhe firme com seu eu mais feroz”, esta é a mensagem que Jesuton deseja transmitir em ‘HOJE’, seu novo álbum. A artista considera o disco um ponto de chegada e, ao mesmo tempo, um portal de passagem. E já tem data marcada: será lançado nas plataformas digitais nesta sexta-feira (26), contendo 10 faixas que unem ritmos brasileiros e internacionais, ancestralidade e contemporaneidade. É um convite para estar inteiro, consciente, desperto e dançante.

Nascida em Londres, filha de mãe jamaicana e pai nigeriano, e atualmente radicada no Brasil, Jesuton não se diz uma artista britânica, nem brasileira.

“Eu sou diáspora em movimento. Minha voz vive em muitos lugares: Reino Unido, Brasil, Portugal, Colômbia… Sou filha do Atlântico”, ressalta.

Não à toa, seu álbum reúne artistas de diferentes partes do mundo, do Rio de Janeiro à Colômbia, de São Paulo a Angola. Sendo assim, o álbum constrói pontes entre ritmos, línguas e espiritualidades.

“Gravamos em várias cidades, em estúdios itinerantes, em momentos imprevisíveis. Idéias surgiram em estrada, pausas, madrugadas… Foi visceral. Dormir no estúdio. Acordar com letra nova. Regravar de olhos fechados”, Jesuton relembra.

Este disco é movimento e pulsa em camadas que evocam o corpo, o sagrado e o agora. Sensorial e afro-diaspórico, ‘HOJE’ transita entre a força ancestral da percussão e a tensão vibrante da cidade. É eletrônico e urbano, mas também acústico e orgânico — com instrumentos que respiram, enquanto batidas precisas despertam a urgência do tempo presente.

“A sonoridade de HOJE é um ritual moderno. Um corpo em movimento entre percussões orgânicas, atmosferas eletrônicas e grooves urbanos”, define Jesuton.

Os feats são encontros potentes que expandem o universo de ‘HOJE’, como em “Feel Good” (com Slipmami), onde ancestralidade e presente dançam num groove curador. Já “Xangô” (com Rincon Sapiência), celebra o orixá com muito ritmo, eletro e tambor; e “Boy Lixo” (com Trevo), mistura swing baiano e deboche afiado para ironizar relações tóxicas.

“Não se trata apenas de participações. Foram trocas reais, onde cada voz entrou como pilar desse rito”, ela ressalta.

O disco bebe de diversas fontes, unindo soul contemporânea, afrobeat, afropop, soul, MPB, R&B, rap, jazz e ritmos eletrônicos. Tendo influência de vozes brasileiras como Alcione, BK, Mayra Andrade, Os Tincoãs e VHOOR, além de artistas internacionais como Erykah Badu, fka Twigs, Frank Ocean, Beyoncé, Rosalía e Kaytranada.

Visualmente, ‘HOJE’ possui tons terrosos que se misturam a neblinas azuladas, criando uma atmosfera que evoca a alvorada, o vento e o estado de transição.

“As imagens são como aquarelas em movimento. Há luz crua, fusão entre terra e céu. Há a inspiração direta de Ọya: tempestade, mudança, beleza em fluxo…”, explica.

Mais do que um álbum, ‘HOJE’ é o reflexo de uma jornada íntima, profunda e transformadora da própria cantora.

“Não foram seis anos para fazer esse disco. Foram seis anos para me tornar a pessoa capaz de fazê-lo. As músicas chegaram prontas. Nunca duvidei delas. Mas elas pediam uma versão de mim que ainda não existia. Tive que subir. Tive que sobreviver. Tive que lembrar do meu valor no escuro e segurar essa chama até ela virar caminho. Este não é só um álbum. É o som de um processo de tornar-se. Eu construí isso para ser um abrigo — e agora, ele é também uma luz que outras pessoas podem seguir”, ela conclui.

Jesuton se destacou no Brasil por sua potência vocal e interpretações emocionantes. Sua versão de I’ll Never Love This Way Again, de Dionne Warwick, alcança mais de 18 milhões de visualizações no Youtube. E agora, Jesuton lança seu novo álbum multilingue.

“Hoje é o dia que eu volto pra mim. Não sei a direção. Carrego compreensão. Trago amor e afeto”, ela canta na faixa ‘Hoje’, que dá nome ao álbum.