Imagens de câmeras de segurança mostram o estudante de publicidade e jornalista Igor Melo momentos antes de ser baleado por um policial militar reformado na madrugada da última segunda-feira (24), na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Igor, que administra a página Informe Botafogo, foi alvejado enquanto voltava para casa de mototáxi.

Investigação e posicionamento da Polícia Militar

A Polícia Militar informou que agentes do 16º BPM (Olaria) foram acionados para uma ocorrência de invasão a domicílio na Avenida Lobo Júnior, na Penha. No local, testemunhas relataram que dois homens em uma motocicleta haviam sido atingidos por disparos vindos de um veículo desconhecido.

Em nota, a corporação afirmou que o caso foi registrado na 22ª Delegacia de Polícia (Penha), onde um policial militar reformado, identificado como Carlos Alberto de Jesus, se apresentou como autor dos disparos. Segundo o registro, a esposa do PM teria reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo de seu celular. O condutor da motocicleta foi preso, enquanto Igor permanece sob custódia no hospital.

A Polícia Militar informou que está colaborando com as investigações e encaminhou o caso para a Corregedoria Geral da corporação.

Estado de saúde e depoimentos

Igor Melo foi socorrido por populares e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), onde passou por uma cirurgia de emergência. O estudante perdeu um rim e precisou de transfusão de sangue. Apesar da gravidade dos ferimentos, seu estado de saúde foi atualizado para estável, conforme informado por sua esposa, Marina Moura.

A Polícia Civil, responsável pela investigação, informou que o condutor da motocicleta optou por não prestar depoimento, aguardando manifestação em juízo. Uma equipe policial se dirigirá ao hospital nesta terça-feira (25) para colher o depoimento de Igor.

A Fúria Jovem do Botafogo (FJB), torcida organizada do clube carioca, lamentou o ocorrido e expressou apoio ao jornalista, destacando sua integridade e dedicação ao trabalho.

Marina Moura, esposa de Igor, afirmou que ele não tem envolvimento com atividades criminosas e que a acusação partiu de uma mulher que, segundo relatos, estaria embriagada no momento do ocorrido. Igor e Marina são pais de Jonas, um menino de três anos.

O caso segue em investigação pela 22ª DP para esclarecer as circunstâncias do disparo e a abordagem feita pelo policial militar reformado.