Brasil é vice-campeão do E-Fise Montpellier Honor na França: Menina de 10 anos que dança breaking, chama atenção sendo uma das grandes promessas da nova geração para as olimpíadas

Brasil é vice-campeão do E-Fise Montpellier Honor na França

Menina de 10 anos que dança breaking, chama atenção sendo uma das grandes promessas da nova geração para as olimpíadas.

Skate, BMX Bike e Roller Park, junto com o Breaking modalidade que este mês foi inclusa no programa de jogos olímpicos dos Jogos de Paris 2024 pelo Comitê Olímpico internacional (COI), se reuniram num time de peso brasileiro no E-Fise. O Breaking foi representado por B-Girl Angel do Brasil de apenas 10 anos.

O evento se chama E-Fise Montpellier Honor, que acontece todo ano na França e que tem o apoio da World Dance Sport Federation (WDSF), que é a entidade que organiza a dança esportiva nos jogos olímpicos. A competição se chama “Battle of the Nations”, onde a equipe brasileira compete com outros 46 países. Em 2020, o evento foi on-line. O público pôde também participar por meio de uma plataforma de votação, onde era possível apoiar seus países e atletas favoritos.

Esse ano, como resultado das medidas de distanciamento social impostas pela epidemia de COVID-19, foi impossível realizar o FISE Montpellier em condições normais. As medidas tomadas pelo governo francês agora proíbem reuniões de mais de 5.000 pessoas.

O projeto E-FISE nasceu com o desejo de criar um verdadeiro evento digital, que torcedores e atletas pudessem desfrutar durante todo o verão. Entre os motivos que motivaram a decisão de manter uma edição FISE, há um que prevaleceu sobre todos: dar apoio aos atletas que fazem a mágica do FISE há 20 anos. Esta edição foi uma forma de auxiliá-los neste difícil período sem eventos físicos e de reafirmar o apoio da FISE a todos.

Num primeiro momento os atletas participaram de competições em seus esportes e categorias. Depois, os melhores colocados formaram o time de cada país. Participam da equipe brasileira os atletas: Kalleo Hipólito (Street Roller), Eduarda Bordignon (Street BMX Bike), Jéssica Costta (Roller Park), Rogério Lopes (Skateboard), Robson Teixeira e Marcos Aurélio dos Santos (BMX Flatland), Laurinha do Patins e no breaking a pequena menina paulista de apenas 10 anos Chaya Gabor, que é conhecida no circuito da Cultura Hip-Hop como B- Girl Angel do Brasil, ela representa a geração de atletas brasileiros que são cada dia menores na idade mas gigantes no talento.

Sobre Angel, a menina sempre gostou de desafios! O que muitos não sabem é que a maior delas foi assim que chegou ao mundo e o prêmio foi a própria vida. Com um passado ligado a muitos fios, incubadora e balão de oxigênio, foram assim os primeiros meses da vida dessa B-Girl, nome usado no meio do Breaking que se refere às meninas que dançam na rua: marcado pela prematuridade extrema, Chaya nasceu com 850 gramas, ficando internada numa UTI Neo Natal por 90 dias, tendo sobrevivido a 2 paradas cardiorrespiratórias. Após sua alta médica, teve apneia da prematuridade, necessitando de monitoramento contínuo e utilização de oxímetro em seu primeiro ano de vida, ela esquecia-se de respirar mas não deixava de batalhar pela vida jamais. Seu nome significa “Presente de Deus” e segundo sua família sempre representou isso na vida de todos que a conhecem. Sua emocionante história virou um livro chamado “Gerando Milagres”.

Angel começou a dançar bem cedo, no início por uma indicação médica, já que não gostava de nadar. Com 3 anos, no Ballet e Sapateado, depois, acompanhando o irmão, B-Boy Eagle (12), já com quase 4 anos trocou o Ballet pelo Breaking, onde se encontrou. Curada por Deus e abraçada pela Cultura Hip Hop, a menina que tem uma personalidade marcante na hora da dança é carinhosamente chamada por seu treinador Eder Devesa de “Senhorita Power Move”, pelo talento nato em assimilar os movimentos acrobáticos. São dele as palavras: “B-Girl Angel ainda vai dar trabalho para as B-Girls do mundo todo”. Além da dança, Chaya e seu irmão trabalham condicionamento físico e fazem aulas de alongamento às quartas-feiras. Todo esse esforço e preparo físico visa a carreira fora do país e participação em grandes eventos como as Olimpíadas, que depois de 2020 pode virar uma realidade. Angel torce para isso! No dia a dia o treino é intenso, afinal, para quem tem esse foco muita dedicação e persistência não podem faltar! São dos pais da menina as palavras: “Nossa pequena é uma guerreira desde que nasceu, lutou pela própria vida e venceu! Hoje sua rotina não é fácil, mas sabe onde quer chegar! Com apenas 9 anos tem consciência que os sonhos são importantes, mas que as ações são a força motriz para que tudo aconteça. Nada vem sem esforço e foco! O tempo é seu grande aliado em toda essa história, tanto ela como o irmão começaram cedo! Temos muito cuidado com a carreira dos nossos filhos, acompanhamos de perto seus passos e o dia a dia da cultura,

Pequena mas com um talento gigante, Angel foi pioneira sendo a primeira criança na história a ser finalista do Prêmio Sabotage, feito pela Câmara Municipal de São Paulo participou de eventos como: Rival Vs Rival (SP), Breaking Combate (SP), Master Crews (SP), BreakSP Battle, B-Boy World Classic (SP), Ar Dance (SP), na Tattoo Week (SP), Festival Santos Café (Santos/SP), R16 (SP) , esteve no Red Bull BC One Camp Brazil, ganhou o 1º lugar no evento Batalha final 2019 , 1º lugar no Festival All Dance Brasil, 1º lugar no Fendafor, 2º lugar no Sul em Dança, 1° lugar em dupla no Quebrada Viva Battle Kids, Medalha de prata no Virtual Battle Kids Argentina onde foi a única B-Girl a chegar na final , no E-Fise ficou na primeira etapa entre as 6 melhores b-girls kids do mundo e agora em Dezembro foi vice-campeã mundial no E-Fise na França.

Esse ano antes da pandemia Angel se preparou para, junto com a sua crew Dream Kids Brazil , representar o país em alguns eventos no exterior, a viagem teve que ser adiada devido a Covid que assolou o mundo. Mas representou o Brasil com várias vitórias nos eventos que fizeram edição on line. A menina e o irmão B-Boy Eagle sem dúvida são grandes promessas da nova geração para os jogos Olimpíacos já que o breaking agora é uma realidade nas olimpíadas.

São de Angel as palavras: “Toda batalha breaking ou campeonato de dança é um grande desafio! Eu amo dançar e quando faço isso me divirto! Sempre que participo de competições faço o meu melhor. Sou grata a Deus por sempre estar comigo na hora que danço, aos meus pais, ao meu irmão que já foi premiado na Europa e me ajuda e ao meu treinador B-Boy Dunda! Se preparar para as olimpíadas é um dos meus objetivos nos próximos anos.Todo mundo pergunta: Por que sou brava quando danço? É o meu estilo e na dança cada um tem o seu estilo. Mas sou mais concentrada do que brava”, garante a menina entre sorrisos!