Foto DIvulgação

Rapadura faz o pré-lançamento do filme do single “Quebra-Queixo” na Matilha Cultural

No próximo dia 28, a partir das 19h, o rapper Rapadura – músico que une…

No próximo dia 28, a partir das 19h, o rapper Rapadura – músico que une rap ao imaginário nordestino – acompanhado pelos roteiristas e diretores Ricardo Costa e José Simonetti apresentam, em exibição exclusiva, o filme do single “Quebra-Queixo”, lançado em parceria com o Selo Matilha. Convidados participarão  de bate papo sobre a produção e criação da música e do projeto audiovisual, seguido de mixagem do DJ KL Jay na galeria do local.

No ano que a Matilha Cultural completa 10 anos de existência, o Selo Matilha, plataforma musical que fomenta a cena hip hop nacional independente desde 2010, lança o filme “Quebra-Queixo”, que tem como trilha sonora o novo single homônimo do músico Rapadura. As filmagens foram feitas em uma parceria Matilha Cultural e OllDog Filmes. Evento de pré-lançamento acontece no dia 28, às 19h, e terá exibição exclusiva, bate papo sobre produção e criação, seguidos de festa com mixagem do DJ KL Jay.

Com roteiro e direção de Ricardo Costa e José Simonetti e formato de trailer de um longa-metragem, as gravações aconteceram no sertão da Paraíba e instigam o espectador à reflexão da dicotomia das relações sociais, baseado na letra do single que traz questionamentos ao consumismo e diferenças de classes. O single faz parte do novo disco de Rapadura, que será lançado posteriormente e tem produção musical de Carlos Cachaça e produção executiva de William Gil aka Zulu.

Nascido em Lagoa Seca, vila em Fortaleza – CE, Francisco Igor Almeida dos Santos aka Rapadura, 34 anos, teve contato com a cultura e realidade desigual do nordeste desde cedo. Ainda criança, acompanhava a mãe para os eventos musicais que aconteciam no centro da capital cearense, com raiz em cirandas e ritmos típicos, e o pai nas apresentações de sua dupla de brega: Francisco Luiz e Zé Robo. Mas foi aos treze anos, ao se mudar para o Distrito Federal com a família, que passou a ter contato com o universo do hip-hop e perceber as similaridades e possibilidades do estilo musical norte-americano com o repente, a arte de poesia improvisada brasileira.

Com facilidade e apreciação por filosofia e redação, aos 14 anos passou a escrever poesias. Mas foi com o break que iniciou sua história com rap nacional, acompanhando um vizinho que o levava para os eventos da cena. Inspirado por Câmbio Negro, Thaíde, DJ HUM, começou a fazer suas primeiras rimas. Na capital do país, foi backing vocal de G.O.G por cinco anos. Em 2008 foi lançada a mixtape “Amor Popular”, feita por fãs a partir de músicas soltas do artistas que estavam na internet. Em 2009 produziu, também de maneira independente, o EP “Fita Embolada do Engenho”, que teve muita repercussão com o sucesso “Norte Nordeste Me Veste”.

Artista independente por 21 anos, produziu, gravou e criou todos os detalhes do álbum. Um dos primeiros artistas nordestinos a produzir rap e, unir ao estilo que usa batidas e letras de protesto a tradicional cultura nordestina, como sua forma inédita de guerrilha e protesto. O estilo original chamou atenção de diversos músicos e profissionais do mercado fonográfico. Rapadura já se apresentou ao lado de Lenine, Criolo, Rashid, gravou uma participação no acústico do O Rappa, entre outros. Em 2012 conheceu Carlos Cachaça através da produtora Carol Monte, que foi jurada de um festival no Rio de Janeiro em que Rapadura estava presente. A parceria com Cachaça rendeu no single “Quebra-Queixo” e, também, no disco que será lançado em breve.

Como um trailer de um filme, a equipe da Matilha Cultural e Selo Matilha gravou “Quebra-Queixo” em um esquecido lugar histórico do Brasil, a desconhecida dos livros didáticos, Vila de Picotes, em São Mamede – município da Paraíba que foi caminho para tropeiros com destino ao litoral no século XVII. A cidade, muito explorada pelo cinema e publicidade, se tornou queridinha aos olhos de diretores e fotógrafos, como, por exemplo, na ambientação do filme “Cinema, Aspirina e Urubu” (Marcelo Gomes).

Inspirado no filme Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra, na caatinga do sertão paraibano se materializou o roteiro que faz alusão a arma e a caneta como referências às relações e valores sociais. A caneta é relacionada à educação, mas pode ser encontrada nas mais diversas instituições. Bem como a arma, que é rapidamente ligada à violência, mas também está presente nos mais diversos lugares. Assim se dá essa dicotomia, através dessas dualidades das funções que o homem dá aos instrumentos. “Pessoas trabalham dia e noite para poder comprar e ter algo. O comércio brinca cada vez mais com os sonhos das pessoas, que passam a desejar aquilo que não podem possuir. Referência é quem é rico, não pelo valor, mas pela demonstração de poder constante na internet”, explica Rapadura, que na letra reforça a desigualdade baseada também no consumismo.

Sertão, fome, seca, terra permeiam a retratação captada pela luz minimalista, que respeita a iluminação local, sem mudar a proposta da realidade. O filme de “Quebra-Queixo” foi gravado em três dias, em aproximadamente seis locações, além do cenários naturais da cidade. A ideia do filme é transparecer e superar as diferenças de classes em uma cidade que remete à história, origem e cultura regional. Além, também, de empoderar a cena local, com equipe de profissionais paraibanos e também trazer a força do feminino para essa trama. A equipe contou com aproximadamente 35 profissionais locais entre eles atores, figurantes e equipe técnica.

Serviço:

Local: Matilha Cultural (Rua Rego Freitas, 542 – República, São Paulo)

Data: 28/03/2019

Horário: 19h

Pré-Lançamento apenas para convidados.