SESC + Rap celebrou a cultura em Ceilândia

SESC + Rap celebrou a cultura em Ceilândia

Sábado, 18 de julho, aconteceu na cidade de Ceilândia (DF) o evento, “SESC + Rap”.…

Sábado, 18 de julho, aconteceu na cidade de Ceilândia (DF) o evento, “SESC + Rap”. Se me fosse pedida uma única palavra para definir como foi o evento eu diria: Vivo!

Talvez tenha se tornado até clichê começar a falar de eventos e citar o tempo que estivemos parados devido à pandemia, particularmente prefiro pensar que não é clichê, mas sim necessário e inevitável. Necessário para celebrar o fato de termos o privilégio de estarmos vivos, inevitável para honrar a memória dos que partiram. Aliás, foi assim que o Viela 17 começou o show, lembrando os grandes nomes do Rap DF que nos deixaram. Mas, antes de entrarmos nas apresentações artísticas vamos falar um pouco dos três fatores que tornaram o “SESC + Rap” um evento de sucesso que certamente ficará na memória dos presentes: O local, a organização, entrega e o social.

O local não poderia ser mais simbólico, Ceilândia não é qualquer cidade quando se fala de Rap, ao contrário, a CEI é também berço dessa cultura no país e foi assim que, como disse o rapper Emicida, “a história passou pelo palco”.

O diretor regional do Sesc-DF, Valcides de Araújo Silva, falou sobre a  importância do show na Ceilândia:

Nosso desafio é levar às regiões administrativas atrações e eventos de qualidade e de graça. Descentralizar a cultura, o lazer e a diversão. Compartilhar shows que, tradicionalmente, acontecem no Plano Piloto. E trazer para Ceilândia um artista como o Emicida e um show como o AmarElo, que fez parte de grandes festivais como o Lollapalooza e o Rock in Rio, é estratégico e reforça nosso compromisso social.

A organização foi impecável, desde toda a preocupação com segurança, saúde e acessibilidade do público à sonorização, ambientação e iluminação. É como se o SESC tivesse preparado tudo e dito aos artistas “vão, deem o melhor”. E o evento recebeu o melhor. Recebeu doação de corpo, voz e alma do público e dos artistas.

Sobre o palco apresentaram-se uma lista de dar inveja a qualquer festa, DJ Gabj ficou responsável pela abertura, logo em seguida vieram Atitude Feminina , Câmbio Negro, Viela 17, Emicida e Dj Raffa. Com essas atrações o resultado não poderia ser outro a não ser rendição total do público que cantou com todas as forças, vários dos clássicos entoados pelos artistas como “De que vale o Crime” do grupo Atitude Feminina, “Sub Raça” do Câmbio Negro, “Só Curto o que é Bom” do Viela 17 e “AmarElo” do Emicida. Os Djs também não deixaram por menos e soltam set’s que fizeram as pessoas  gritar e soltar uns passos de charme.

O público não assistiu, ele se entregou por completo e tornou-se uma atração em perfeita harmonia com os artistas no palco, sem exagero, entre gritos, sorrisos e lágrimas foi algo mágico de se ver.

E não bastasse tudo isso o show  teve cunho social, aliás deveria ser pleonasmo falar que um evento de rap teve papel social, porém é  preciso destacar isso. Foram colocados disponíveis dez mil ingressos que poderiam ser retirados mediante a doação de 1kg de alimento e os ingressos simplesmente esgotaram.

Atitude Feminina, Viela 17 e Câmbio Negro, patrimônios do Rap Nacional, levaram essa história do Rap DF para o palco, sempre destacando o papel da Ceilândia. Após a atração local o rapper Emicida trouxe o show completo de AmarElo, apresentado da mesma forma e com o carinho que o rapper leva aos grandes festivais nacionais. Foi lindo de ver.

SESC + Rap mostrou que com organização a descentralização traz crescimento não só para as regiões administrativas como para toda a cultura do Distrito Federal. O recado que a Ceilândia passou pode ser resumido nessa frase da música AmarElo do Emicida:

Permita que eu fale, Não as minhas cicatrizes.