“O movimento do Dancehall ainda é dominado por homens”

“Conexão Jamaica” promove cultura urbana do Dancehall com dançarinos de Kingston   Neste domingo (13),…

“Conexão Jamaica” promove cultura urbana do Dancehall com dançarinos de Kingston

 

Neste domingo (13), a partir das 15h, a Academia Dancehall traz ao Brasil a segunda edição do evento intitulado “Conexão Jamaica” com os dançarinos Wassi e Shakespear, ambos da Jamaica. Com o intuito de promover e fortalecer o Dancehall autêntico, base de estudo e desenvolvimento dessa dança e cultura, o evento traz Wassi para aulas de Dancehall Queen e Female Steps – estilos de passos femininos; e Shakespear para aulas de Street Vibes, que são os passos originalmente conhecidos nas grandes festas do estilo urbano. 

Além da parte prática, o evento encerra com um bate-papo entre os convidados e estudantes, que contará com mediação e intérpretes para inglês, espanhol e português da Academia Dancehall. Em tempos de isolamento social, o dançarino Shakespear comenta as diferenciações no ensino e prática do Dancehall nas ruas e nos estúdios de dança. “Quando você traz o Dancehall para as ruas, que é a vibe natural das festas, as pessoas sintonizam melhor, mais do que nos estúdios. Embora seja preciso ministrar aulas nos estúdios para o ensino dos movimentos, aonde vamos aprender o Dancehall Autêntico será nas ruas, é lá onde está o amor das pessoas”. 

O evento é voltado tanto para quem já conhece e pratica, quanto para quem tem alguma curiosidade em conhecer a cultura Dancehall. O dançarino, produtor cultural e gestor da Academia Dancehall, Ng Coquinho ressalta a importância destes processos de estudos e intercâmbios culturais a fim de rompermos com o processo de apropriação cultural. “É preciso minimamente saber de sua origem jamaicana, de suas bases, fundamentos e do authentic flow, vibe, passos e quem são os criadores originais, lendários ou da atualidade. É muito comum encontrarmos grandes estúdios e escolas de dança com professores e estudantes de classe média e alta como protagonistas e consumidores, além de grandes eventos de dança que priorizam pessoas brancas, ou até pessoas mais ligadas às danças do Hip Hop do que do próprio Dancehall”, pontua ele. 

Existe uma preocupação por parte de coletivos como a Academia Dancehall, em não só promover tais conexões com profissionais da Jamaica, mas também de construírem uma cultura Dancehall no Brasil que se espelha na origem, mas que proporciona debates sobre temas como o combate à homofobia e ao machismo. O combate à essas opressões sociais por meio do Dancehall, se dá a partir da promoção ao empoderamento feminino, incentivo ao afroempreendedorismo, ao cuidado com sua espiritualidade, ao desenvolvimento de consciência política, além do aprofundamento aos saberes afrocentrados e ancestrais.

“Apesar de ter mais mulheres emergindo no negócio, o movimento do Dancehall ainda é dominado por homens. O que precisamos agora é nos concentrar em seguir em frente pensando positivo, as mulheres espalhando raízes no campo do Dancehall é algo único.  Devemos ser valorizados por causa dos sacrifícios, do trabalho árduo, da criatividade e da energia que colocamos no Dancehall”, comenta a dançarina de Kingston (Jamaica), Wessi. 

O investimento para participar do evento é  R$ 80 e as inscrições podem ser feitas pelo site até o dia do evento.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Domingo (13)
14h30 Recepção
15h00 Shakespear (Jamaica)
16h00 Wassi (Jamaica)
17h15 Bate-papo com os convidados

SERVIÇO

Evento internacional de Dancehall “2ª edição do Conexão Jamaica” 

  • Data: 13 de dezembro (domingo)
  • Horário: 14h30 
  • Formato: Online
  • Plataforma: Zoom
  • Ingresso: U$ 17,00 ou R$ 80,00 

Inscrições: Pelo formulário neste link