Festival contempla intercâmbio internacional, break, rap e popping em disputas virtuais que dialogam com cenário político e social impactado pela pandemia

HIP HOP na 14º edição do VIVADANÇA Festival Internacional

Batalhas online e performance sobre ditadura compõem programação.

Festival contempla intercâmbio internacional, break, rap e popping em disputas virtuais que dialogam com cenário político e social impactado pela pandemia

Parte fundamental na programação do VIVADANÇA Festival Internacional, o movimento Hip Hop se faz presente na 14ª edição do festival com a tradicional batalha de break, que celebra o universo das danças urbanas, além da batalha de MCs e um concurso de performances de popping. Totalmente adaptado ao formato online e digital, o evento coordenado por Ananias Break e Thina Reis reúne competidores de vários estados do Brasil e acontece entre os dias 29 de abril e 9 de maio de 2021. O público pode acompanhar as competições gratuitamente através do site: www.festivalvivadanca.com.br/hiphop.

Nesta edição do Hip Hop VIVADANÇA as batalhas serão na modalidade 1 vs 1 e os vídeos serão gravados e avaliados pelo júri convidado. Serão 8 participantes B.Boys e B.Girls, além de 8 participantes MCs. A categoria popping não formará uma batalha, mas um concurso de performances com 10 selecionados para premiação. O evento também premia os três primeiros lugares das batalhas de break e MCs. O júri do break é composto pela B.Girl Lorinha (CE), B.boy Marquinhus (SP) e B.boy Perninha (PB). Para a batalha de MCs, o corpo de jurados conta com a Nutt MC, Suja Dfato MC e Chagas MC, todos da Bahia. O Dj Insano, também da Bahia, é o músico e artista convidado para produzir os beats para as disputas desta edição online.

Ananias Break, coordenador da mostra Hip Hop no VIVADANÇA, ressalta os desafios em levar a cultura hip-hop para o formato online. “As batalhas adaptadas ao audiovisual implicam em um novo olhar, uma provocação para os dançarinos de break e popping, que é desenvolver uma performance coreográfica pensando no cenário, na iluminação, no figurino e ambientação. Já os MCs que interagiam nas rimas com perguntas e respostas passam a batalhar com um tema sorteado. O ponto positivo é que através do online conseguimos uma seleção de b.boys e b.girls bastante diversificada, com participantes de diferentes cidades do Brasil”, conclui.

O movimento Hip Hop, fortemente ligado à cultura de rua e marcado por protestos sociais, além de se readaptar às plataformas digitais traz para a cena do VIVADANÇA um repertório baseado em críticas sociais e políticas em torno do momento crítico que estamos vivendo, a partir dos temas que irão nortear as batalhas. Segundo Ananias, esse é mais um momento de resistência e mobilização para sobrevivência de muitas comunidades e fortalecimento de grupos culturais. “O Hip Hop reivindica, educa e transforma. Nesse momento de pandemia, muitos grupos de rap e break tomaram para si a responsabilidade de ajudar nas necessidades de seus bairros e se organizaram em lives solidárias. Estamos encontrando novas formas de continuar com a nossa expressão artística e luta social nas redes”.

Diretora geral e curadora do VIVADANÇA, Cristina Castro ressalta que as ações ligadas ao Hip Hop são  fundamentais na programação do festival. “Promover e difundir a dança urbana é sobretudo dialogar com artistas que fazem e movimentam a criação, a técnica na atualidade. Há mais de uma década promovemos as batalhas e intercâmbios, um diálogo bonito que se tornou nacional e caminha a cada edição para abrir novos horizontes O espaço para eles é sempre garantido e a construção coletiva, presencial ou virtual.”

Intercâmbio Brasil-Alemanha traz Hip Hop para cena com montagem baseada na ditadura brasileira

Outro destaque na programação Hip Hop do VIVADANÇA é a Residência Artística com o dançarino afroalemão Raphael Hillebrand, que usa seu multifacetado repertório cultural para formar sua visão sobre hip-hop e dança-teatro. No VIVADANÇA, em parceria com o programa de residência Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, o artista compartilhará sua experiência de intercâmbio com o popper baiano Tiago Bruneve, cujo resultado, a versão brasileira do seu espetáculo “3 Irmãos” será lançado no dia 2 de maio (domingo), às 16h, com um bate-papo online, e fica disponível gratuitamente até o final do festival. No encontro online mediado por Augusto Soledade, baiano radicado nos Estados Unidos, Hillebrand compartilha com o público brasileiro o processo dessa versão brasileira, além de contar mais sobre a sua trajetória artística. Mais informações: www.festivalvivadanca.com.br/residencia-2021

Na montagem original de “3 Brüder” (3 Irmãos), o coreógrafo e bailarino Raphael Hillebrand se inspira em uma história da época do regime nazista, com dramaturgia de Catherine Umbdenstock. Na versão brasileira, interpretada pelo popper baiano Bruneve, com texto adaptado pelo escritor também baiano Moisés Alves, a inspiração é a ditadura brasileira. A ditadura os moldou, os torceu e os dobrou. Que significado tem esta história em nossas vidas hoje? Ele conta esta história com paixão e todas as geometrias do hip-hop, formando braços em fuzil, arma, como soldado. Este é um evento raro, mesmo no hip-hop: aquele que fala enquanto dança, enquanto descreve o retorno ao cativeiro em um salto acrobático para trás.

Nascido em Hong Kong de país de origem germânica e da África Ocidental, criado em Berlim e educado através do hip-hop, Raphael, através de seu extenso trabalho internacional, cultivou uma compreensão e um instinto de justiça social para as complexidades de identidade cultural. Atualmente endossado como residente na versão digital do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, oferece a sua obra para uma adaptação ao contexto brasileiro.

Abordagem feminina no break

O encontro de Breaking/Bgirling será conduzido por Viola Luise Barner, Bgirl oriunda da Alemanha e agente cultural do Hip Hop. A atividade abordará metodologias de criação na dança de rua. Serão apresentados conceitos para desconstruir, reconstruir e inovar os Fundamentos, com ênfase na abordagem feminina da dança. As ferramentas apresentadas funcionarão para cada mulher independente da sua experiência ou do seu espaço disponível e poderão ser usadas por pessoas com ou sem experiência. Acontece 3 de maio 2021, das 11h às 13h, para inscritos. Mais informações: https://festivalvivadanca.com.br/intercambios2021/

PROGRAMAÇÃO:

Batalhas de Break e de MCs, concurso de popping

29/04 (quinta)

10h – batalhas break e mc’s top 8

20h – resultado jurados

20h – sorteio temas mc’s (ao vivo no Instagram @vivadanca)

03/05 (segunda)

10h – batalhas break e mc’s top 4

20h – resultado jurados

20h – sorteio temas mc’s às 20h (ao vivo no Instagram @vivadanca)

04/05 (terça)

16h – resultado concurso popping

06/05 (quinta)

10h – batalhas break e mc’s – disputa terceiro lugar

20h – resultado jurados

09/05 (domingo)

18h – batalhas break e mc’s – disputa final AO VIVO

Espetáculo “3 Brüder” (3 Irmãos)

Versão brasileira

Exibição da performance: De 2 até 9 de maio

Criação original: Raphael Hillebrand

Recriação brasileira: Tiago Bruneve

Texto brasileiro: Moisés Alves

Bate-papo e lançamento: 2 de maio (domingo), 16h – Evento em inglês com tradução simultânea para português

Mediação: Augusto Soledade

Plataforma de exibição: Canal de YouTube do VIVADANÇA (www.youtube.com/vivadancafestival)

Quanto: Gratuito

Classificação indicativa: Livre

Mais informações: www.festivalvivadanca.com.br/residencia-2021/

O VIVADANÇA Festival Internacional é uma realização da Baobá Produções Artísticas. O projeto foi selecionado pelo Edital Eventos Calendarizados com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Conta com parceria institucional do Goethe-Institut, Instituto Cervantes, MID – Movimento Internacional de Dança (DF), Instituto Francês, Embaixada da França e Aliança Francesa, Teatro Vila Velha, Sesc São Paulo e Mostra de Cinemas Africanos.