Feira Virtual do Livro das Periferias

Evento inédito e gratuito reúne produção editorial das periferias de SP

Iniciativa da Ação Educativa, Feira Virtual do Livro das Periferias acontece de 4 a 6 de dezembro

Acontece de 4 a 6 de dezembro a primeira edição da Feira Virtual do Livro das Periferias, evento que reúne editoras e selos de publicação vinculadas às periferias da Região Metropolitana de São Paulo. A iniciativa da Ação Educativa vai promover apresentações e mesas de diálogo sobre as produções editoriais de territórios periféricos por meio de saraus, leituras de textos, incentivo à leitura e comentários sobre os livros publicados pelas editoras e selos das periferias. A participação é gratuita e a programação completa está disponível no site www.feiradolivrodasperiferias.org.br

A Feira vai contar ainda com a divulgação de pesquisa inédita da Ação Educativa sobre o mercado editorial das periferias da Região Metropolitana de São Paulo. Os números do estudo mostram que 375 livros já foram publicados por essas editoras, somando 187.500 exemplares com vendas em torno de R$ 3,75 milhões. Mais de 187.500 exemplares de 375 livros já foram publicados por essas editoras, com vendas que chegam a R$ 3,75 milhões. Cerca de 275 autores e autoras foram publicados, sendo um terço deles/as negros/as e um terço de mulheres, entre brancas e negras.

“O movimento editorial nas periferias se expande, principalmente, a partir dos saraus, no início dos anos 2000. Ali, ele conquistou leitores e escritores, que se desdobram em múltiplas e potentes vertentes literárias”, explica o coordenador cultural da Ação Educativa, Eleilson Leite. “A Feira do Livro é um dos pilares de um projeto inovador e que nos traz muito orgulho, abrindo espaço para a necessidade do protagonismo cultural descentralizado”, completa.

Segundo os dados, a maioria dos leitores é de moradores das próprias periferias (51,8%) e o custo elevado é a principal dificuldade no acesso aos títulos (29,6%). Ainda de acordo com a pesquisa, a divulgação (32,7%) é o maior desafio para o aumento das vendas. Metade (50%) das editoras/selos está localizada na periferia da Zona Sul de São Paulo. Apenas uma está localizada em outro município, Embu das Artes, na Grande São Paulo.

Números mostram crescimento das editoras periféricas

Participaram do estudo editoras e selos de publicação das periferias de São Paulo surgidos entre 2005 e 2019. A leitura dos dados do período de 14 anos mostra que entre 2011 e 2016 surgiram 10 das 18 editoras.

Apesar da estrutura de pequeno porte, a pesquisa revelou que a maioria (61,1%) das editoras/selos que participaram da pesquisa têm CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), o que pode apontar para a consolidação de um negócio editorial e atividades mais amplas do que aquelas que não possuem ou têm seu cadastro prejudicado. O CNPJ é constituído por essas organizações para permitir a edição e comercialização editorial, mas também atividades afins, como organizacão de eventos literários, acesso a editais públicos e privados e prestação de serviços de natureza artística e educativa.

Realizada em nove etapas entre fevereiro e agosto de 2020, a pesquisa tem o objetivo de contribuir para a democratização do mercado editorial brasileiro e para a bibliodiversidade nas práticas de leitura do país.

Serviço:

Feira Virtual do Livro das Periferias

Data: 4, 5 e 6 de dezembro

Programação e vendas: www.feiradolivrodasperiferias.org.br

Online

Realização: Ação Educativa

Apoio: Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo

Sobre a Ação Educativa – Criada em 1994, é uma organização de direitos humanos, sem fins lucrativos, com uma trajetória dedicada à luta por direitos educativos, culturais e da juventude. Desde a sua fundação, integra um campo político de organizações e movimentos que atuam pela ampliação da democracia com justiça social e sustentabilidade socioambiental, pelo fortalecimento do Estado democrático de direito e pela construção de políticas públicas que superem as profundas desigualdades brasileiras, bem como pela garantia dos direitos humanos para todas as pessoas.