
Em ato histórico, presidente Lula assina Decreto de Valorização e Fomento à Cultura Hip-Hop no país
Nesta última segunda-feira, 20 de novembro de 2023, dia nacional da consciência negra, o presidente…
Nesta última segunda-feira, 20 de novembro de 2023, dia nacional da consciência negra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto de Valorização e Fomento à Cultura Hip-Hop no Brasil. Essa medida revolucionária, criada em parceria com a Construção Nacional da Cultura Hip-Hop, o Ministério da Cultura (MinC) e o Ministério da Igualdade Racial, torna o Brasil um dos pioneiros do mundo a adotar uma política de valorização do hip-hop.
O decreto, construído com a participação de Hip Hoppers dos 26 estados e do Distrito Federal, busca promover e fortalecer a cultura hip-hop em todas as regiões do país. Ele reconhece a importância desse movimento artístico e social, que tem sido uma voz poderosa das periferias e favelas brasileiras.
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Além do Decreto de Valorização e Fomento à Cultura Hip-Hop, também foi assinado o Projeto de Lei (PL) que prevê a criação do Dia Nacional do Hip-Hop, celebrado em 11 de agosto. Esse projeto seguirá agora para o Congresso Nacional, onde será discutido e votado.
A cerimônia de assinatura ocorreu durante a celebração do Dia Nacional da Consciência Negra, no Palácio do Planalto, e contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Durante o evento, o cantor Jorge Aragão prestou uma homenagem às personalidades negras notáveis que foram incluídas no livro da Fundação Cultural Palmares.
O presidente Lula ressaltou a importância dessas medidas assinadas no Dia da Consciência Negra, comparando-as ao ato de plantar uma árvore que precisa ser regada para crescer. Ele destacou que essas políticas são um pagamento histórico pelos anos de escravidão enfrentados pelos negros no Brasil.
Além do decreto e do projeto de lei, o presidente Lula também assinou um acordo para a implementação de projetos culturais e ações de preservação na região da Pequena África e do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. O reconhecimento do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2017 é resultado do trabalho conjunto entre o MinC e o Ministério da Igualdade Racial.
Essas medidas representam um avanço significativo na valorização e no reconhecimento da cultura hip-hop no Brasil. O país se destaca como pioneiro nessa iniciativa, que visa promover a igualdade racial e fortalecer a identidade cultural das comunidades periféricas. O hip-hop brasileiro tem mais um motivo para comemorar e se orgulhar de suas conquistas.
Foto destaque: Filipe Araújo/MinC
Confira o dircurso do Rafa Rafuagi:
Que essa mensagem ecoe por gerações e chegue nas quebradas mais distantes onde o Hip Hop brasileiro atua em coletividade em prol da vida em nossas comunidades.
Em nome das Ministras de Estado Anielle Franco, Margareth Menezes e Cida Gonçalves, saudamos todas as mulheres do seu governo, mas principalmente a luta das mulheres e comunidade LGBTQIAPN+ da Cultura Hip Hop, incluindo quem já partiu, em lembrança de Dina Di e Malu Viana.
Em nome do Ministro de Estado Silvio Almeida e do Senador Paulo Paim, saudamos a todos os ministros do seu governo e parlamentares presentes, e principalmente Hiphoper’s das 5 regiões do Brasil, em lembrança dos saudosos Preto Ghoez e Banks Back Spin.
Quem diria Oliveira Silveira, que o dia 20 de novembro, dia nacional da Consciência Negra, também entraria para a história com este levante popular e assinatura do Decreto Presidencial de Valorização e Fomento a Cultura Hip Hop, com o Presidente Lula tornando o Brasil o primeiro país do mundo a ter um ato revolucionário como este.
O Hip Hop é o país dando certo, e a 40 anos somos vanguarda política e artística no continente, fruto da luta ancestral e milenar, unindo gerações através do Breaking, de base e olímpico, do DJ, do Graffiti, do MC e a música Rap e o Conhecimento, fazendo a manutenção e projeção de um plano de década com garantia de vida e paz as periferias e favelas.
A Construção Nacional da Cultura Hip-Hop, coalizão orgânica histórica de Hipbhoper’s dos 26 estados e o Distrito Federal, é resultado do acúmulo de lutas da Cultura Hip Hop brasileira, que através de importantes organizações e iniciativas, como o MOB, MH2O, a CUFA, Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop, as Posses, a Nação Hip Hop Brasil, as Casas e Museus de Hip Hop, e todas as entidades e forças da nossa cultura, que levantaram-se em busca de reconhecimento, respeito, políticas públicas e orçamento ao Hip Hop.
Da força do povo nordestino, que construiu e salvou o Brasil do inominável, Nordeste que propôs o reconhecimento como patrimônio imaterial da Cultura Hip Hop ao IPHAN, a luta do Hip Hop sul brasileiro, enfrentando a xenofobia, misoginia e o racismo, que deu início a esta coalizão histórica e propôs este decreto presidencial, ao norte do país, onde o Hip Hop conectou-se aos saberes e tradições dos povos originários, vencendo o marco temporal, ao sudeste pulsante, multicultural, pioneiro no encontro de Hiphoper’s de todo o mundo, ao Centro Oeste que em alto e bom tom reafirma que negros não são sub-raça.
Chegamos até aqui para garantir que nossos filhos, filhas e todas as juventudes, saibam que não estarão sozinhos na batalha, e que a Construção Nacional da Cultura Hip-Hop seguirá honrando quem veio antes, aprendendo com quem está agora, e construindo a unidade e colaboração necessária para assegurarmos o direito de um futuro digno a primeira geração de idosos do Hip Hop brasileiro. Salve Nelson Triunfo!
Parabéns a cada mina, mona e mano da Cultura Hip Hop, pela facilitação estadual, vocês orgulham o Brasil, conquistarmos juntos e de modo horizontal, o maior edital da Cultura Hip Hop brasileira lançado pelo Ministério da Cultura e Ministério da Igualdade Racial, junto a mais de 15 políticas públicas que estão chegando através dos Ministérios do Presidente Lula, além da constituição das Frentes Parlamentares em defesa do Hip Hop, em âmbito nacional e estadual.
Saúdo o rapper Zuruka, o comunicador Gil Bocada Forte, a família de Claudia Maciel com Succo Emici, os jornalistas e produtores Marcelo Rebelo e Antônio de pádua, o lendário MC Who, e as representações eleitas do Hip Hop das regiões brasileiras, em nome do Norte do país a Rapper Indigena Cida Aripória, em nome do Centro Oeste a B.girl LGBTQIAPN+ Afro Indigena Fab.Girl, em nome do Nordeste o portador do conhecimento, homem negro, Lamartine, em nome do Sudeste o DJ e beatmaker, Denin, Hiphoper e PCD e em nome do Sul brasileiro, a Escritora de Graffiti, Gugie, mulher negra sulista.
Nosso legado será a unidade, já disse o mestre Eduardo Sô! Por um Hip Hop em diversidade identitária, paridade, com inclusão, respeito às complexidades, sem machismo, sem homofobia. Nunca esqueçam de nos abraçarmos com afeto. Viva a Cultura Hip Hop e seus primeiros 50 anos no mundo e 40 anos no Brasil, que tenhamos vida e saúde para os próximos 50. A luta não foi em vão, tamo junto!